“O que podemos fazer?”

“O que podemos fazer?”
É uma pergunta que aparece muitas vezes, mesmo aqui entre os comentários.

“O que podemos fazer?”.
É o reflexo da nossa impotência, alegada ou real, mas assim percebida.

“O que podemos fazer?”.
É Sexta-feira, uma boa altura para solucionar as grandes perguntas da humanidade.
Modestamente.

Em primeiro lugar: calma, eis que Informação Incorrecta socorre o coitado Leitor com um verdadeiro manual, um ABC que tudo diz e tudo sabe. Como Wikipédia, só um pouco mais curto. E, tal como Wikipedia, é algo já visto, pois muito do que o Leitor vai encontrar foi dito não uma mas várias vezes.
Então porquê repetir?

Porque:
1. poucos seguem a receita.
2. a receita é sempre boa.
3. porque é Sexta-feira.


Não existe uma palavra mágica. Já experimentei Abracadabra (que, dito entre nós, tem origens satânicas) mas nada. E nem existe uma receita infalível que possa mudar a nossa vida dum dia para outro tal como desejado. Além disso, cada um de nós percebe a realidade de forma diferente e perante os desafios encontra diferentes soluções.

Ao olhar à nossa volta podemos observar sinais. Muitos apontam para uma direcção. Eu acho que é a direcção da mudança, mas posso estar enganado. Aliás, espero estar enganado, pois esta suposta mudança não traz nada de bom.

É uma situação que faz lembrar o domador de leões. Com o chicote, o domador obriga as feras a saltar através do cerco de fogo. Uma vez atravessado o fogo, o leão fica sentado num outro pedestal. Mas a sua situação não muda: continua a ser um prisioneiro e, se solicitado, voltará a saltar através do fogo.

Todavia existem duas enormes diferenças entre esta cena circense e a nossa realidade:
1. Não há ninguém que pague para assistir ao espectáculo, aliás, somos nós que temos de pagar para receber ordens.
2. Connosco não é preciso um domador de leões, um cão pastor seria mais do que suficiente.

Isso porque a nossa sociedade se encontra numa situação de paragem cerebral quase total. A maioria das pessoas nem sabe porque costuma levantar-se de manhã, porque faz filhos, porque vive.

Os valores seculares, bons ou maus que fossem, foram substituídos com valores mais “fáceis”, que todos podem alcançar com pouco esforço e que por isso provocam um prazer momentâneo e têm de ser renovados com frequência.

Ao mesmo tempo, foi banido o pensamento, substituído pelo pensamento único.
Nisso o Capitalismo depravado alcançou e ultrapassou as formas mais cruas do Totalitarismo. As notícias que encontramos no nosso diário são as mesmas que é possível encontrar em qualquer outro diário mundial. Globo? Público? New York Times? Qual a diferença?
E não é por falta de acontecimentos: é que as fontes são poucas, mas mesmo muito poucas, e em perfeita sincronia entre elas.

E para qualquer reminiscência de pensamento eis a máquina anti-neurônios, a televisão.
Eu não tenho nada contra a televisão, bem pelo contrário, acho ser este um meio fantástico se bem utilizado. Se bem utilizado: pois caso contrário torna-se num triturador de cérebros. Que assim, atingidos, confluem no pensamento único.

Haveria outros sinais também, alguns deles importantes, como o roubo das nossas raízes; mas agora vamos ver o outro lado da questão: o que podemos fazer?

Não tendo palavrinhas mágicas, como afirmado, é óbvio que a única maneira de mudar algo será com o trabalho. Afinal a ideia é livrar-nos das correntes invisíveis, o que não é pouco.

Primeiro passo: Nós

Livrar a mente das gaiolas

É óbvio: não podemos ir para lado nenhum sem ter as ideias claras. Não “completamente” claras, mas um pouco sim, e que raio. E a única maneira para ter algumas ideias claras é, em primeiro lugar, ter ideias.

Quanto daquilo que pensamos é “nosso”? Quanto, pelo contrário, é fruto do que ouvimos dizer? O Leitor, por exemplo, é de Direita ou de Esquerda? Mas sabe o que significa ser de Direita ou de Esquerda? Sabe sim? Com certeza?
E onde aprendeu isso? Leu alguma coisa? E leu também as ideias contrárias ou apenas as ideias mais simpáticas? Ou, ainda pior, leu “excertos” duma e da outra parte? Isso significa ter ideias?

“Mas olha só este deficiente, mas acha que está a tratar com criança ou quê?”.

Não, caro Leitor, acho que estou a tratar comigo. Porque ainda hoje às vezes sou obrigado a reparar na minha atitude de ler com atenção as coisas “boas” e mais depressa, “por alto”, as “menos boas”. Mas qual o sentido de ler coisas com as quais já sabemos concordar?
Muito, muito mais desafiador é poder confrontar as nossas ideias com as de quem tem uma visão completamente diferente da nossa.

Custa mais, até pode doer o fígado, mas é a única maneira para que as ideias possam nascer.

“Ler”, “Leu”…pois. Não quero implementar uma campanha anti-televisiva, mas desligar o aparelho de vez em quando para ler algumas páginas acho ser uma medida saudável. E nem é preciso acabar com a televisão de forma definitiva (e as crianças? Que fazem as crianças sem a televisão ligada?). Trata-se apenas de desligar 15 minutos antes e dedicar o tempo poupado à leitura de alguns parágrafos.
Um paragrafo hoje, um amanhã e cedo ou tarde o livro acaba. E quem sabe: pode nascer a vontade de ler mais.

Voltemos ao discurso Esquerda/Direita: mas faz sentido? Estas divisões foram criadas numa altura muito diferente da nossa. E foram criadas para dividir, não para integrar. Ao criar duas partes, uma aqui e outra aí, dividimos as pessoas em duas facções opostas. Que, obviamente, estarão em luta para a supremacia. É meio caminho andado para poder governar sem muitos problemas, uma maravilha se a ideia for comandar.

Funciona? Sim, funciona muito bem, ao ponto que ainda hoje as pessoas do Ocidente gostam de definir-se “de Direita” ou “de Esquerda”. Talvez nem saibam qual o real sentido de pertencer a uma das duas partes, mas ouviram dizer que “quem gosta dos patrões vota a Direita”.

Obama e os ministros de Dilma, os exemplos

Olhemos para os resultados práticos: Barack Obama, alegadamente da Esquerda americana, define um resultado extraordinário acabar uma guerra que destruiu um País, causou alguns milhões de mortos (3, segundo os bens informados), obrigou milhões de pessoas a viver no mito da Democracia, algo de muito afastado das tradições deles.

E lembrem: Obama é de Esquerda, é um dos bons.

Brasil? 6 ou 7 ministros de Dilma demitidos por causa da corrupção. E era gente de Esquerda, eram os bons.

Nós preferimos não olhar para estas coisas e, quando obrigados, procuramos justificações.
“Ah, mas Obama é americano, não pode ser verdadeiramente de Esquerda”.

E não meus amigos, porque eu estava aqui e vocês também quando as Esquerdas de todo o mundo babavam com a eleição do primeiro presidente afro-hawaiano-irlandês, ou já esqueceram?
Totalmente desconhecido, era glorificado como o “início do novo mundo”, mesmo que ninguém soubesse rigorosamente nada acerca dele, da origem dele, das ideias dele.

Então como é? Um gajo é bom e de Esquerda até não começar a fazer disparates? A verdade é que foram enganados (e neste caso não, não é “fomos”), atingindo o orgasmo eleitoral só porque a máquina da propaganda tinha convidado toda a Esquerda do Planeta a participar na orgia da “Nova Era”.

Mas isso deveria fazer reflectir: quantas vezes a propaganda actua desta forma? Ou pensamos nós, inocentes criaturas, que isso aconteceu apenas uma vez, com a eleição de McObama?

E os ministros de Dilma? Quantos dos demitidos eram de Esquerda? Antonio Palocci, Carlos Roberto Lupi, Orlando Silva de Jesus Júnior…

Nada, continuemos fieis às nossas cores, obrigados a ver uma única estrada, um só caminho. Passam os anos, passam os governos, a situação não melhora, pelo contrário, mas nós temos confiança pois a culpa é sempre “dos outros”.

Meus amigos, se a culpa for sempre “dos outros” significa que “os nossos” são uma cambada de atrasados mentais (na melhor das hipóteses), incapazes de mudar alguma coisa.

Acordem, s.f.f.
  • usem o vosso cérebro, com os vossos pensamentos
  • não há política ou religião que possa ter o direito de moldar as vossas ideias
  • oiçam o vosso intuito que é o natural complemento da inteligência.
  • aprendam a ver em technicolor, não apenas em preto e branco

Nós não conhecemos a verdade e mesmo assim pretendemos seguir uma doutrina e recusar as outras? Com quais bases? Se não conhecemos a verdade, como podemos fazer uma escolha razoável?

Evolução ou Criação? E porque não uma mistura das duas? Ou talvez nem uma nem outra.
Porque tem de ser apenas A ou B?

Duvidem, meus amigos, duvidem sempre.
Se o Homem conseguiu abandonar as cavernas foi por causa da dúvida, nada mais do que isso.
Um raio atingiu a árvore? A árvore pegou fogo?
Será que o fogo pode ser útil?

D Ú V I D A

A dúvida gera curiosidade, vontade de experimentar, de testar os limites.
Sem dúvida a curiosidade não nasce e tudo fica tal como é, sem dúvida não há movimento.

Repito: Evolução ou Criação? Mas alguém entre os Leitores é um antropólogo, um geneticista, um teólogo, um arqueólogo? Com que base escolhem o vosso “partido”? Só porque um é de Esquerda e ou mais de Direita? Minha Nossa Senhora do Céu e Arredores, mas que raio de visão é esta?

I N F O R M A Ç Ã O

A informação é a única maneira para poder formar uma ideia de forma consciente e ponderada. Sem informação, o máximo que podemos fazer é repetir as coisas ditas por outros, como um eco.
É tudo o que podemos fazer.

R E L A T I V I Z A R

O que é bom para nós pode não ser tão bom para os outros.
A Democracia é a melhor forma de governo? Mas quem disse isso? E porquê? Os Islâmicos não têm tradições democráticas e mesmo assim vivem na boa. Porque será?

Nós temos a exclusividade da razão? E porquê? Quem estabeleceu isso?
Cada solução é boa apenas se reconhecida como tal no interior da comunidade onde é proposta. E tem de ser uma proposta surgida do interior da comunidade, não imposta do exterior.

O Leitor achas que os Islâmicos são uma cambada de bestas violentas? Mas se eles estiverem satisfeitos assim, qual o problema do Leitor? É a mesma atitude que permitiu dizimar os nativos da América do Sul por mão dos “Cristãos”. Não conheciam Deus? Tinham que conhecer, ou isso ou morrer.

A T I T U D E  E  E X E M P L O

Inútil criticar os outros sem antes ter corrigido as nossas falhas.
Afastem-se dos malcriados, dos intolerantes, são apenas insultos para a nossa inteligência. No geral, boicotem tudo o que é insignificante.

Desejamos um mundo mais amigo dos desfavorecidos? E nós? O que fazemos nós para os mais desfavorecidos? Porque esperar que sejam os outros a fazer algo é idiota.

Nós temos de ser o exemplo: só assim pode iniciar o contágio positivo.

Porque não dedicar algumas horas da nossa vida na ajuda do próximo?
Custa? Implica empenho? Mas porquê, o Leitor quer mudar o mundo só com o click do rato? Quer fazer uma revolução ficando sentado?

Se for isso, lamento informar que chegou até este ponto da leitura mas gastou o seu tempo. Porque mudar o mundo significa mudar em primeiro lugar nós e os nossos hábitos. Qualquer outra opção é totalmente inútil.

L E M B R A R

Há a tentativa de apagar as nossas raízes. Um homem sem raízes não sabe donde vem e nem para onde vai. As raízes são extremamente importantes: cultivem as tradições, preservem a sabedoria dos nossos antepassados. Não são “coisas velhas”, foi a chave da sobrevivência de inteiras gerações. E, acreditem ou não, voltarão a ser a chave do nosso futuro.

E CO N O M I A  C O M  C É R E B R O
Qual o sentido de comprar garrafas de água produzida nas montanhas do Tibete? Ou mesmo nos montes do vosso País mas longe 300 quilómetros?
Bebam a água da torneira. E se for má, prefiram água produzida nas redondezas.

Prefiram produtos da vossa terra, não da terra dos outros. E abdiquem dos produtos das multinacionais, não fornecem nada de “mais”, pelo contrário: exploram os habitantes das zonas mais desfavorecidas do planeta, utilizam pesticidas e outros produtos químicos.

Se houver possibilidade, cultivem alguma coisa. É possível ter uma pequena horta mesmo na varanda. E acreditem, sabe bem.

Há a possibilidade de fazer trocas? Então façam trocas.
Não sabem como? Perguntem à Maria ou contactem associações de pessoas que operam neste sentido. Existem, é só procurar.

Utilizem o sol.
Tenho um candeeiro que funciona só com energia solar, é uma maravilha. Também carrego as pilhas da máquina fotográfica com o sol e até o telemóvel. Inconvenientes? Não há. E sim, funcionam também com o céu nublado.

Medicamentos? Com moderação. Em particular os antibióticos. Antes de tomar um medicamento, vejam se não for possível resolver o problema com uma dieta adequada. Às vezes resulta (mas é preciso consultar um especialista, nada de auto-medicação).

E N V O L V E R – S E

Não gostam dos partidos políticos do vosso País? Entrem no mundo da política. Como? Não é preciso fundar um partido, é suficiente fazer alguma coisa no vosso bairro: contactar os moradores, falar com eles, ouvir, trocar ideias, propor soluções.

“Difícil”? Mas estamos a brincar ou quê???
Custa? Outra vez? Mas escrevo para o boneco ou quê? Nada muda sem antes mudar-nos.

Alternativa: não fazer nada, deixar que sejam os outros a fazer. Mas depois com que direito queixar-se?

E as eleições?
Bah, aqui a escolha é livre. Se o Leitor achar que votar nos actuais partidos ainda possa fazer algum sentido, então vote. Tente pelo menos escolher os bandidos melhores.

Greve? Esqueçam as grandes greves dos sindicatos, não conseguem mudar a cor dum camaleão. Se greve deve ser, então que greve seja: mas dos consumos. Este é o ponto mais sensível, aliás, o único ponto sensível.

A única arma dos cidadãos é recusar um determinado produto. E para que funcione é preciso que a adesão seja elevada. É complicado, reconheço.

P A C I F I S M O ?  C U M ‘ C A N E C O !

Em tempo houve uma pessoa que sugeria oferecer a cara para receber outro estalo.
Justamente foi crucificado.

Temos de dialogar, falar, procurar soluções racionais. É justo. Mas há limites, além dos quais deve haver uma reacção. Deve ser encarado como último recurso, extremo: mas não pode ser excluído, porque cada um de nós tem o direito de defender-se. Há limites entre pacifismo e masoquismo.

Lamento, mas fazer o mártir não é comigo.

D I V E R T I R -S E

Divertir-se? Sim, mesmo isso.

Jogar, brincar, rir, são actividades fundamentais. Não “importantes”, mas fundamentais mesmo. Desconfio profundamente das pessoas que não riem. Ainda pior duma pessoa que não dedica parte do próprio tempo ao jogo e ao divertimento. Uma pessoa que não consegue distrair-se e rir é uma pessoa doente.

Queremos mudar o mundo, mas no sentido melhor: não desejamos criar uma sociedade de activistas fundamentalistas, sempre envolvidos em caças aos maus.

Riam, em primeiro lugar de vocês.

Só isso? Não, haveria muito, muito, muito , muito mais.
Mas uma coisa não pode ser esquecida e, pelo contrário, deverá sempre ficar no topo das nossas escolhas: o princípio fundamental. Este é muito simples e pode ser resumido assim:

cada um de nós é um pequeno universo

Gostaria o Leitor de pontapear o Universo? Não, claro que não.
Então respeite o próximo e pretenda respeito para si.

Acabou?
Acabou.
Bom fim de semana.

Ipse dixit.

24 Replies to ““O que podemos fazer?””

  1. Tenho que discordar de você num ponto: os 6 ministros da Dilma não foram demitidos por causa de corrupção, mas por denúncias sem provas das 4 grandes do grupo GAFE; pressões espúrias em um país que não tem regulamentação de mídia. No Brasil, você pode publicar o que quiser no jornal, contra qualquer um, sem ser incomodado. Desde que seja contra o PT, óbvio.

  2. eheheh Max! o que temos que fazer? Tanta coisa?! Pois eu penso que tive alguma telepatia com o Max! :)) E penso que a resposta resume-se NISTO!
    Max…Viu a foto que lhe dediquei lá no guerra? está um must! É assim que o imagino… em bébé! :))

  3. Olá Ricardo!

    "os 6 ministros da Dilma não foram demitidos por causa de corrupção, mas por denúncias sem provas das 4 grandes do grupo GAF"

    Ó Ricardo, vamos ver: está a dizer que não uma mas 6 pessoas inocentes abandonam o cargo por causa de acusações falsas?

    Está a dizer que Dilma aceita as demissões de pessoas inocentes apenas por causa das pressões externas?

    Está a dizer que a Presidente do Brasil e os ministros dela não lutam até a morte para defender as próprias ideias e a próprias inocências?

    Que são tão fracos de dobrar-se perante a "pressão externa"? Qual governo no mundo não tem de encarar tais pressões?

    Mas elegeram o quê? Políticos ou bonecos?

    Desculpe Ricardo, mas se eu for inocente vou partir o mundo antes de aceitar as demissões; vou mexer mares e montes para demonstrar a falsidade das palavras dos meus adversários. Vou fazer isso porque sei que, se eu estiver no justo, vou sair reforçado desta batalha.
    Eu, o meu partido, o governo e a Presidente.

    Se, pelo contrário, vou abandonar a luta, entrego a vitória nas mãos dos meus adversários. E desacredito o meu partido, o meu governo, a minha Presidente.

    A não ser que as acusações tenham um qualquer fundamento, no qual caso pode ser conveniente retirar-se em boa ordem…

    Abraço!!!

  4. Fada!!!

    1. Gosto muito do visual com os dois "monstros" que jogam a xadrez!

    2. "Como se destrói a classe média na Europa em três tempos." Estava prestes a publicar o mesmo artigo. Concorrência? Bem pelo contrário: sinergias. Houvesse blogs que publicam coisas assim!

    3. A cor dos olhos é parecida: só um pouco mais azul!!!

    4. Ó Fada, Guerra Silenciosa partiu mesmo bem. É já o segundo blog que surge entre os Leitores de Informação Incorrecta (acho que Voz tinha começado mais cedo e espero não esquecer outros: no caso avisem e farei mea culpa), é já o segundo blog de alta qualidade. Parabéns!

    Isso demonstra que Informação Incorrecta tem méritos? Nada disso.
    Demonstra que cada um dos Leitores tem as potencialidades para "acordar", analisar a realidade com os próprios olhos e apresentar um óptimo e útil trabalho.

    Isso é muito, muito bom!

    Grande Abraço!!!

  5. Isto tá bonito tá!!! O pessoal está a ficar LOUCO… "acho que Voz tinha começado mais cedo e espero não esquecer outros: no caso avisem e farei mea culpa), é já o segundo blog de alta qualidade." ihihihihih

  6. Max, muito obrigada pela sua reflexão neste comentário… que foi para mim muito importante.
    Claro que o ii tem mérito e muito!… pois se não fosse o post que o Max fez, ninguém sabia do G.S.!! Ainda por cima, um post tão sui generis e tão querido. É bom que haja sinergias sim, Max. 🙂

    Quanto ao Voz, se não estou em erro fui a sua segunda seguidora e foi ele quem me ajudou a abrir a pestana para muita coisa… e ainda é. Já somos amigos há uns anitos… 🙂

    ahahahah!!! Max, pré histórico?! eheheheh!!! O Voz é que lhe diz! :))

  7. Hoje faz 1 ano que passei pela primeira vez pelo "botequim do Max". Portanto estou deixando no balcão um pacotinho de "mimos-verdades" para comemorar,e apontar a diferença que me parece existir no II, a favor de fazer efetivamente a resistência ao sistema mediático estupidificador ( impresso,oral,televisivo ou por internet).Os mimos tentam falar sobre porque fiquei, "trocando"… recebendo o excelente trabalho de informação alternativa do II, e entregando doses de tempo de leitura, depois alguns pitacos, enfim…apertando nós de rizomas virtuais, e nem só.
    MV1.II se permite analisar em profundidade e com rigor, com tempo, sem ficar correndo atrás do que seja entendido como notícia da última hora.
    MV2.II recorre a historiografia, fazendo ligações históricas entre presente, passado e perspectivas futuras.
    MV3.II vasculha os significados possíveis dos ditos e escritos no universo contextual.
    MV3.II apresenta diferentes versões,representações, opiniões, sem nunca se furtar a definir sua postura particular.
    MV4.II elabora a informação com humor e conteúdo de ensino, em áreas que a mídia quase sempre confunde, torna opaca ou ignora.
    MV5.II se abre para o ativismo social, enquanto apoia o mover-se em benefício de si e dos outros.
    MV6.II mantém diálogo inteligente com os comentaristas/leitores, impulsionando a discussão coletiva.
    E então…um laço para fechar o pacotinho: me faz bem tomar um dedinho de prosa no "botequim".
    Abraços.

  8. Maria,
    Caramba que reflexão espectacular! Li tudo e estou a 100% de acordo, embora eu seja uma leitora com menos tempo aqui no botequim… :))
    Está muito bem pensado como sempre e de certeza que deixou o Max todo babado… e realmente ele merece. 🙂

  9. È muito bom o seu blog, meus parabéns, se me permite algumas humildes sugestão as qual gostaria também de submeter ao seu escrutínio: “ o que fazer” é objecto para muito, muito mais que um artigo, é objecto para um verdadeiro manifesto, sugeria primeiro

    Para os mais reticentes o uso do livro de reclamações contra os organismos públicos , bancos… etc, não mata mas mói, e cria experiencia…

    Sirva-se dos bancos, não deixe que estes se sirvam de si, use-os para o mínimo indispensável e não lhes confie todas as suas economias ( eu recebo la o vencimento e levanto-o quase todo…) se existe alguém serio para guardar o seu dinheiro, é você.

    Evite afincadamente créditos e empréstimos, em caso de necessidade socorra-se de familiares ou amigos dando a estes uma garantia equivalente e autentica tal como o banco exigiria mas que não lhe vai cobrar juros usurários.

    A verdadeira riqueza não esta em notas de euros mas sim nos meios de produção, uma maquina de fazer pão poderá custar 70 euros mas vale muito mais que 70 euros o mesmo se aplica a ferramentas, alfaias ou utensílios que podem gerar produtos, evitar gastos e gerar riqueza

    Trocas directas de produtos em vez de dinheiro, de preferência produtos feitos por si.

    Horta em vez de jardim, cultive, faça compostagem com o seu lixo, mantenha o contacto com a terra, revigora-o e será um bom complemento económico, galinhas em vez de periquitos, os ovos são uma boa fonte de proteína.

    Não ofereça prendas inúteis, ofereça pão ou uma refeição feitos por si, sabão feito por si, produtos da sua horta, ovos das suas galinhas.

    Cuide seriamente da sua saúde e do seu corpo, pratique desporto e uma alimentação saudável, mantenha-se longe do "lobye" medico e farmacêutico.

    Instrua-se, eduque os seus filhos com verdadeiros valores humanos, utilize a sua lista de e-mail para sensibilizar os seus amigos de que o mundo não é bem como nos contam, existem poderosos interesses que nos querem reduzir a gado consumista, mas vá com calma ao principio poderá ser confundido com um maníaco das conspirações.

    O grande objectivo será sensibilizar os seus amigos familiares, cidadãos em geral para que se questionem e comecem a questionar a que clubes e a que ordens secretas, pertencem os nossos governantes e decisores influentes…que clubes são esses que necessitam de ser secretos? Quem se submete ao escrutínio político dos seus cidadão não pode ter facetas secretas, democracia e secretismo são incompatíveis.
    Divulgue e questione

    O terceiro órgão de soberania, Tribunais, recebe as queixas dos cidadãos e tem um dia por semana para atendimento ao publico em todas as comarcas, denuncie os crimes de poluição praticados por muitas empresas, os tráficos de influencias , favorecimentos pessoais e denegações de justiça praticados por organismos públicos, eles estão lá para o atender e são pagos com dinheiro dos seus impostos. Sente-se injustiçado? Reclame sempre! Não lhes dê tréguas.

    Lamento o comentário ser tão longo, gostaria de ouvir mais sugestões.

    Obrigado

    Bruno

  10. Um ano? Uma ano???

    Pois é, é um ano que aguento esta mulher. E tanto para perceber em que condições fiquei, ao ler o comentário dela não entendia quem fossem estes MV e porque faltava o MV I.

    À sério: Maria, não estou tão satisfeito com o trabalho desenvolvido com II pois acho que deveria ser feito mais, mas não consigo ver o que.

    Não é vontade de protagonismo, simplesmente acho que temos aqui assuntos importantes, Leitores que raciocinam e muito bem, há uma vontade de mudar as coisas, há a sensação de que o rumo escolhido não vai dar em nada de bom e eu que faço? Escrevo num blog. Só isso? Só isso.

    Mas há milhões de blog no mundo, II é apenas um entre eles. E que mudam estes blogues? Nada.

    Um blog pode tornar o Leitor (e também o autor) mais consciente da realidade? Sim, acho que sim. Mas depois? Que faço com a minha consciência se depois não posso utiliza-la para mudar algo?

    Não posso mudar o mundo, ninguém de nós pode fazer isso dum dia para o outro, nem com todos os Leitores de II juntos.
    Mas fazer alguma coisa, talvez sim, talvez seja possível.

    Bah, desabafo do blogueiro frustrado.

    No entanto: obrigado Maria. Se II existe é porque existem os Leitores.

    Mentira, existiria na mesma. Só que seria uma coisa tipo "querido diário". Não teria a mesma graça e não seria um estímulo para continuar a procurar.

    Cada vez que escrevo penso: "isso vai ser lido por tantas pessoas, cada uma diferente: tenho que escrever isso direitino, explicar da melhor forma, controlar as fontes". Não quero que os Leitores pensem "Ah, I.I., aquele que escreve as coisas duvidosas, não é de confiança". Após um ano e meio ainda penso isso de cada vez, tenho dezenas de artigos começados e nunca publicados porque "duvidosos".

    É uma forma de respeito para o Leitor e afinal para mim também. Não faço divulgação, proselitismo e não ensino: simplesmente partilho o que descubro.

    É por isso que agradeço as boas palavras e a paciência.

    É por isso que em breve Maria explicará aos Leitores como funciona Terra Âncora e onde encontrar material acerca da organização, pois não encontrei nada na internet e a coisa me enerva, e que raio, abram um blog, um site, uma página!

    Mas que tem isso a ver com quanto escrito acima? Nada, era só para avisar.

    Grande abraço e ainda uma vez: obrigado!

  11. "temos aqui assuntos importantes, Leitores que raciocinam e muito bem, há uma vontade de mudar as coisas" escrevi.

    Pois, eis a demonstração: o comentário de Bruno. Inteligente, carregado de boas sugestões e não, não é comprido, é útil!!!

    Obrigado!!!

  12. Olá Bruno: achei utilíssimas tuas sugestões, concordo plenamente com elas. Abraços.

    Olá Max: não te emociona demais, guri! (traduzindo…gajo)
    Não vais encontrar mesmo T.Â.(traduzindo, se ainda estiveres com lágrimas nos olhos, a impedir a visão…T, de terra e  de âncora)na internet ou em qualquer outro lugar, a não ser no lugar onde ela vem se fazendo. De resto, como já disse no forum, posso responder perguntas de interessados. Escrever sobre…não, prefiro conversar.
    Ah, e antes que me esqueça…pretendo comemorar outros aniversários de feliz conluio virtual contigo!!! De repente…até apareço nesse "país em queda" ( que eu gosto muito). Ou dás uma de BURGOS, e aparecem por aqui, Leonardo a frente, farejando…Abraços

  13. Olá a todos.

    Essa é a magia da net…as palavras na nuvem! O animal social trocando idéias na ágora virtual, enquanto a gigantesca bola de terra segue seu caminho, sem existir o lado de baixo ou o de cima.

    Eu entendo o que o Ricardo acima quis dizer…e entendo ainda mais a resposta do Max. A questão é que no Brasil a MANADA (como diz o VOZ) é mais voraz pela ignorância do que se pode imaginar. Futebol, carnaval, empréstimos para a ceia de natal, e a máquina midiática feroz (já viram o Muito Além do Cidadão Keine?). Aqui a mídia já toma o papel dos tribunais: ninguém duvida de uma única linha dita nos noticiários GAFE, e matérias de revistas são usadas como provas indiscutíveis. As concessões de licenças de meios públicos de TV, rádio, etc. seguem o mesmo padrão desde os tempos do regime militar. Direita ou Esquerda no governo? tanto faz, o capital financista continua com suas garras bem afundadas na mente do gado, como diria uma âncora de um telejornal: "vamos esquecer um pouco deste papo chato de crise e ver as lindas decorações de natal".

    A empresa media é forte: 6 ministros caíram e um outro já está na mira, já tentaram até produzir relatórios médicos onde a Dilma estaria a beira do caixão. Além de falar o que lhes convém, escondem o que pode lhes comprometer: Já ouviram falar do último best seller aqui – A Privataria Tucana? Este mostra, com documentos, como o governo neoliberal dos anos 90 pagou para os "grandes investidores" cuidarem do que era público, e como os media ajudaram na empreitada. Além de falar sobre disputas internas dentro do partido de esquerda, na ultima eleição.

    Direita ou Esquerda? Bela dicotomia para política do dinheiro. Ao mesmo tempo que aqui milhões saíram da linha da pobreza, os bancos nunca lucraram tanto…mas hoje não se come frango com maionese apenas nos domingos de missa.

    Um abraço
    Ticonico Bururu

  14. Olá,

    Muito obrigada pelo artigo. Acho que este artigo transparece uma sincera "preocupação" com o leitor, com a transmissão da informação. O II é um blog muito generoso nesse aspecto e acho que se destaca de grande parte da blogosfera por não ser um meio de ostentação ou uma oportunidade para cortar na casaca.

    Gostei especialmente de quando fala de existir uma tendência para se verem as coisas pretas ou brancas. Até há algum tempo, de certo modo, angustiava-me se não tivesse certezas inabaláveis (o sistema quase nos obriga…se não és A, então só podes ser B, etc) e eram só suores frios e urticária perante a dúvida. Mas da dúvida é que se pode extrair alguma coisa! Acho que geralmente não sabemos utilizar a dúvida. Penso ser muito importante a sociedade começar a olhar para a dúvida com outros olhos e a aprender a utilizá-la. Aprender a viver alegremente numa mente e num mundo com pontos de interrogação no lugar de etiquetas, com tantas diferenças, tantas indefinições… e dialogar! Como toda a gente tem limites e ninguém é detentor da sabedoria, a única forma de fazer nascer algo que valha a pena é dialogar.

    P.S. Gostava muito de ver um artigo sobre as tais raízes.

    Um bem-haja a todos,
    Rita

  15. "Se houver possibilidade, cultivem alguma coisa. É possível ter uma pequena horta mesmo na varanda. E acreditem, sabe bem."

    Na nova Zelândia, tubo de ensaio dos globalistas, esse é um direito humano que já não se tem. É agora proibido por lei. E é pretensão dos ditos globalistas instaurar essa lei em todo o mundo…

  16. "Em tempo houve uma pessoa que sugeria oferecer a cara para receber outro estalo.
    Justamente foi crucificado.

    Temos de dialogar, falar, procurar soluções racionais. É justo. Mas há limites, além dos quais deve haver uma reacção. Deve ser encarado como último recurso, extremo: mas não pode ser excluído, porque cada um de nós tem o direito de defender-se. Há limites entre pacifismo e masoquismo.

    Lamento, mas fazer o mártir não é comigo."

    O que dar a outra face tinha como efeito nesse tempo era chocar a outra pessoa com a sua própria brutalidade. É como quem diz: eu não estou a agir mal, quem está és tu. Era suposto a pessoa que agredia, ao poder agredir novamente e ver o "estrago" que fazia, ter consciência de que o que fazia era reprovável. Claro, naquele tempo poucos conseguiram perceber. "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Tal como hoje. 2000 anos depois continuamos a não saber o que fazemos.

  17. Olá Anónimo!

    É claro: estamos a falar de alguém superior que agiu de forma superior. Não apenas naquele tempo mas também hoje, de facto, oferecer a outra face deveria ter como efeito chocar as pessoas.

    Há todavia um pormenor que não pode ser esquecido, que torna tudo ainda mais nobre mas, infelizmente, muitas vezes inútil: oferecer a outra face parte do pressuposto que a contra-parte (quem bate) tenha uma inteligência suficiente para entender o que se passa, para perceber a nobreza da nossa atitude e a pequenez dele.

    Quantos conseguem entender isso? Poucos. Quantos, pelo contrário, continuariam a bater? A maioria.

    Isso nada retira à nobreza e profundidade do gesto, pelo contrário, exalta estes aspectos. Mas no nosso mundo o epílogo seria o escárnio e as Urgências do hospital.

    Triste mas é assim, porque na altura como agora não estamos preparados para receber e entender tais mensagens.

    Abraço!!!

  18. Parabéns Max
    Um dos artigos que mais gostei até hoje do ii.
    Sinto uma grande sinceridade e senso de urgência sua pela vontade de "acordar" e compartilhar conhecimentos com quantas pessoas forem necessárias.

    Obrigado e sucesso!

Obrigado por participar na discussão!

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