Vacinas: os dados italianos

E continuemos com o grande mistério das vacinas.
Falamos de dados.

As vacinas foram eficazes no controlo e/ou eliminação de determinadas doenças? Para responder eis alguns dados do ISTAT, o Instituo Nacional de Estatística Italiano, que, lembramos, é um órgão governamental.

Por cada doença é reportado a mortalidade anual (coluna esquerda) e o ano (em baixo).

A varíola representa um caso interessante. A mortalidade estava visivelmente em queda antes da vacinação obrigatória, introduzia em 1892. Mas a questão são os picos de 1904, 1911 e sobretudo 1920. Três décadas após o começo da vacinação, a mortalidade quase voltou aos valores de 1800.

A difteria encontrava-se em forte queda muito antes do começo da vacinação obrigatória. Aliás, na metade da década dos ’40 até houve uma leve subida da mortalidade.

As campanhas de vacinação (não obrigatória) começaram nos anos ’70 e sobretudo ’80. Mas na altura a doença já estava em forte regressão.

E o sarampo? Mesma coisa. 20 anos antes das vacinações (não obrigatórias) a doença estava em forte queda.

São apenas quatro exemplos e todos limitados à península italiana. Não demonstram a inutilidade ou a nocividade das vacinas. Mas demonstram que as vacinas foram inseridas quando já o quadro geral apontava para um forte calo da mortalidade, uma queda às vezes começada décadas antes.

Ou, dito de outra forma: há elementos estranhos às vacinas que contribuem de forma decisiva para o controle e o forte calo da mortalidade. Quais elementos são estes?
A resposta é simples.

Ao observar os gráficos podemos notar como todas estas doenças começaram a própria queda no final do século XIX. Com a excepção da varíola, as restantes três doenças atravessaram um período de quatro ou cinco décadas em fase de inexorável calo, isso sem o auxilio das vacinas.
A varíola, após uma fase de recrudescência em 1920 (apesar da existência da vacina), praticamente desapareceu após a Segunda Guerra Mundial.

Então que tinha acontecido nestas quatro ou cinco décadas? Simplesmente o constante e progressivo melhoramento das condições higiénico-sanitárias.

Na Idade Média a Europa tinha precipitado numa das fases mais obscuras da própria história, e a higiene não tinha escapado. Era comum pensar que a água, ao entrar nos poros da pele, veiculasse as doenças, pelo que as pessoas afastavam-se dela.

Além disso, os conhecimento que permitiam a realizações dos sistemas de esgotos e sanitários no geral, amplamente utilizados na época romana, tinham sido esquecidos: lixo e dejectos eram simplesmente deitados fora da janela.

Na prática, quando um homem e um porco cruzavam-se, era o porco que tapava o nariz.

A partir do Trezento começou a difusão dos perfumes, o que em nada melhorou a situação pois as pessoas, em particular as classes mais elevadas, limitavam-se a perfumar-se e utilizar pó-de-arroz nas caras e nos cabelos. Os Homens eram assim uma espécie de colecção ambulante de bactérias de vários tipo que proliferavam alegremente no meio dum cheiro terrificante.

Mas as coisas começaram a melhorar a partir do final de 1700 e início 1800. Isso e a renovada capacidade técnica para obras sanitárias determinaram a lenta melhoria das condições higienicas da sociedade.

E as doenças começaram a diminuir.
Sem vacinas.

Ipse dixit.

7 Replies to “Vacinas: os dados italianos”

  1. Nossa, muito bom!
    Gostei muito Max, muito legal você ter conseguido estes dados, cada fica mais interessante.

  2. O filme de 1998 Vaccination, the hidden truth apresenta gráficos equivalents… e não são da Itália.. a introdução da higiene se deu no mundo todo… mas a nossa atual overdose de higiene com uso abusivo de lixo tóxico (cosméticos e derivados) nos traz doenças que nem existiam na Idade Média. Trocamos umas por outras!!!

  3. Tenho de admitir que fiquei surpreendido com esses dados. Pensando bem no assunto e correlacionar os dados fornecidos tenho de concordar com o teu argumento. O medo e a ignorancia sao sem duvida as duas maiores armas de destruicao macica. Alguem me sabe dizer qual a diferenca em termos quantitativos no que toca a vacinacao de uma crianca que nasca agora e uma que nasceu no inicio dos anos 80? Ate que ponto elas sao obrigatorias?

    Continuo a ser da opiniao que o ser humano ta a fazer tudo para se auto extinguir. Nem quero pensar nos virus que andam ser desenvolvidos nos mais reconditos(ou nao) laboratorios do planeta…

  4. Max

    Poderia falar sobre a Vacina Antibrucélica, parece um assunto bem importante, quando aparece uma Vacina realmente boa, eles logo tentam esconder, pois não gera lucro, a cura como bem sabemos não é um bom negócio.

    Sería bom falarmos também sobre a Autohemoterapia, não é vacina, mas é como se fosse, pois está comprovado que aumenta o número de macrófagos, gerando assim resistencia ao organismo.

    Muito obrigado pelo texto, estamos entrando num caminho muito importante, que é a saúde e quanto mais informações tivermos, mais poderemos trocar informações a respeito, e com pesquisas importantes que nos são omitidas.

    Um abraço meu amigo

  5. Ótimo post Max, ótimas sugestões do BURGOS (bom alertar sobre características da autohemoterapia que aproximam mas também contrapõem-se às vacinas).
    É bom a gente ser idosa e filha de um pai muuuito velho porque se tem experiências antigas, digamos. Em 1900 (não errei a data!)meu pai tinha 10 anos. Ele tinha a incumbência de diariamente jogar no carro aberto puxado por cavalos, as fezes da família, juntadas num balde de madeira. Sempre contava que ficava feliz que a casa da família era sobrado, assim jogava a merda de cima. Um sobrado de gente comum, na rua central de Toulon, cidade próxima a Toulouse – França, próximas do Mediterrâneo.
    A parte cômica do comentário é para lembrar que a Europa foi tardia em matéria de higiene,embora de 1900 para traz tenha sido bem pior, exceção feita aos povos e períodos sob a dominação moura. A utilização da água limpa foi totalmente diferente entre os brancos ocidentais cristãos e os árabes, até por questões religiosas e morais, o que valeria uma pesquisa sobre o contágio e proliferação de pestes nestas duas culturas. Não sei se é pedir demais ao Max, Burgos e demais pesquisadores autênticos, não preconceituosos e desinteressados que cruzam pelo blog. Abraços

  6. Olá BURGOS: que informações tens sobre coisas que vêm para o mercado, funcionam e são inexplicavelmente retiradas dele, ou sujeitas a mil regulamentações?
    Aqui, eu tenho o caso claríssimo do específico,que hoje só pode ser vendido em agropecuárias porque não conseguiu atender as "exigências" da indústria farmacêutica.
    A grosso modo também sei das restrições impostas ao uso de antibióticos e alguns outros fármacos. O idiotizante nesta história é que os muitos produtos proibidos ou regulamentados são ingeridos em doses cavalares através da carne "com selo de qualidade" que comemos, ou seja dos cadáveres animais que saem dos matadouros.Abraços

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