The Thing: Gladio

Cá está a Fada:

Para quem ainda não viu o filme “They Live” pode ser que não saiba, que em 1988 Jonh Carpenter já estava a avisar, que a única solução seriam todos acordarem ao mesmo tempo… o que não é possível, especialmente enquanto existir a “caixa mágica”. Assim, avisa, em 2025 teremos a ditadura da tecnologia perfeitamente consolidada. Um filme que aconselho vivamente.

Não posso fazer outra coisa se não juntar-me ao convite da Fada.

John Howard Carpenter é o autor de algumas pequenas obras primas que, sendo de qualidade elevada (apesar da penúria de meios), não foram recebidas com muito sucesso nos Estados Unidos, enquanto na Europa tornavam-se verdadeiros cult.

Após uma fase de depressão, Carpenter voltou com filmes mais “comerciais” e conseguiu alcançar o merecido sucesso também na terra natal.

They Live (“Eles vivem”, 1988) pertence à primeira fase e bem descreve o controle das massas. Neste caso é operado por seres de origem extra-terrestre, mas é evidente a crítica à sociedade actual e ao papel dos media. Bem feito, sem dúvida aconselhado.
Mas não conto a trama para não arruinar o espetáculo 🙂 

Já que estamos em tema, de Carpenter não percam:

The Thing, (“A Coisa”, 1982; título em Portugal: “Veio do Outro Mundo”, no Brasil “O enigma do outro mundo”. Chamá-lo simplesmente “A Coisa”” era demais, evidentemente…). É o remake dum filme de 1951: o original é uma porcaria, a versão de Carpenter é um dos meus filmes favoritos em absoluto.

Escape from New York (“Fuga de New York”, 1981. Em Portugal “New York: 1997”, grande título, sim senhor; no Brasil “Fuga de Nova York”) é hoje um filme datado e ingénuo em muitas partes, mas fez história na altura e vale sempre a pena.

In The Mouth of Madness (“Na Boca da Loucura”, 1994. Em Portugal: “A Bíblia de Satanás”, mas quem é que inventa estas coisas??? No Brasil: “À Beira da Loucura”), bom filme, carregado de suspense, com muitas referencias à obra de H.P.Lovercraft.

John Carpenter’s Village of the Damned (“A Aldeia dos Danados”, 1995. Em Portugal “A Cidade dos Malditos”, no Brasil “A Cidade dos Amaldiçoados”) é também um remake dum filme mais antigo: Village of the Damned, de 1960. Neste caso a porcaria é o remake, aconselhado o original.

Sempre de Carpenter, mas de género bem diferente, são Big Trouble in Little China (“Grande problema em Chinatown”, 1986. Em Portugal “As aventuras de Jack Burton nas garras do Mandarin” – minha nossa! – e “Os aventureiros do bairro Proibido” no Brasil, minha nossa nº 2!) e Elvis (1979), biografia do cantor até 1969, ambos com Kurt Russel.

Curiosidade: John Carpenter era o nome da última personagem interpretada por Elvis Presley no cinema, em 1969.

Tá bom, mas que tem tudo isso a ver com Informação Incorrecta?
Nada, mesmo nada, é que gosto de Carpenter, ora essa. Culpa da Fada.
A qual, todavia, disse mais.

Gladio e Stay Behind

Então vamos ler o resto:

Max, por falar num Mundo pré queda do Muro de Berlim, já ouviu falar da “Operação Gladio”? Eu tinha a reportagem desse ataque da NATO em Itália, mas como vê, “They” removem tudo o que não lhes interessa que os escravos vejam. Era uma reportagem com mais de uma hora do canal História. Não sei se esta vai ao encontro disso, ainda vou ver.

Fada, difícil encontrar um Italiano que não tenha ouvido falar de Gladio, ou Operação Stay Behind como era conhecida nos Estados Unidos. É que na altura deu “grande barraca” como se diz em Portugal.

Resumo. Num relatório ao Comité Parlamentar italiano acerca dos serviços secretos de 1995 pode ler-se:

Com base nas investigações judiciárias, é certo que numa época anterior à criação de Gladio existia outra organização denominada “Duca”, com as mesmas finalidades e estrutura análoga.

A Duca (“Duque” em Português) tinha sido fundada em 1949, logo após a Segunda Guerra Mundial, e mais tarde teria tomado o nome de Gladio (apesar nalguns documentos aparecer a denominação Duca-Gladio).

A existência de Gladio foi oficialmente reconhecida em 1990 pelo então Primeiro Ministro Giulio Andreotti, o qual autorizou a publicação duma lista de 622 “gladiadores”.

As primeiras notícias são mais antigas: já em 1984, por exemplo, o ex-terrorista Vincenzo Vinciguerra tinha falado aos juízes duma estrutura militar ocultas das forças armadas. Mas o segredo de Estado tinha impedido ulteriores confirmações.

Objectivos e difusão

Mas qual o objectivo comum das duas organizações? A ideia era criar uma organização paramilitar capaz de contrastar uma eventual invasão das forças soviéticas ou, em última análise, de constituir o berço da futura resistência.

A Nato estava consciente do facto de que as forças presentes em território europeu não poderiam ter contrastado eficientemente uma agressão soviética: Gladio, portanto, tornava-se ponto central para actos de sabotagem, guerrilha e preparação da chegada da ajuda americana.

Por esta razão, Gladio era apenas o nome da organização italiana, pois tal estrutura operava com outros nomes em outros Países europeus, mas sempre enquadrado na Operação Stay Behind.

Em Portugal, por exemplo, desde 1966 operava a Aginter Press, oficialmente uma agência de imprensa mas na verdade uma estrutura da CIA. Sob a direcção do Capitão Yves Guerin Serac foi criada uma organização
Stay Behind que em 1969 assassina Eduardo Mondlane, chefe do Frente de Libertação de Moçambique.

Outros Países com estruturas análogas à Gladio italiana (entre parênteses, o nome em código):
Áustria (OWSGV), Bélgica (SDRA8), Chipre (TMT) Dinamarca (Absalon), Espanha (desconhecido), Finlândia (desconhecido), França (desconhecido), Alemanha (TD BJD), Grécia (LOK), Holanda (I&O), Noruega (ROC), Reino Unido (SOE, Column 88?), Suécia (desconhecido), Suíça (P26), Turquia (desconhecido).

Até hoje, os únicos Países que investigaram tais estruturas foram Italia, Bélgica e Suíça.

Mortos e Dúvidas

Sim, as afinal qual o problema? Estamos a falar das décadas da Guerra Fria, seria até anormal não pensar numa qualquer organização secreta para contrastar um possível estado de guerra.

O problema é que tais organizações não ficaram inactivas (pois a intervenção soviética nunca se concretizou). Pelo contrário, parece claro que desenvolveram um papel que foi além do simples stay behind (literalmente: ficar atrás, escondido). Parece claro, apesar da dificuldade na obtenção de provas, intervieram na vida política e social dos Países.

Em Italia, por exemplo, há fortes suspeitas de que o terrorismo foi utilizado não apenas pelos grupos de esquerda ou revolucionários (Brigadas Vermelhas, Prima Linea, Autonomia Operaia, etc.) mas também por sectores desviados do Estado, serviços secretos ou forças estrangeiras (CIA em primeiro lugar).

Entre as ações terroristas suspeitas podem ser lembradas o Massacre de Piazza Fontana (Milano, 1969, mortos), o Massacre do Italicus (San Benedetto Val di Sambro, 1974, 12 mortos), o Massacre de Bolonha (1980, 85 mortos), o Massacre do comboio 904 (ainda San Benedetto Val di Sambro, 1984, 17 mortos).

Fala-se neste caso de estratégia da tensão, técnica para manter o País num estado de alerta forçado e para manipular a opinião das massas.

Gladio tinha entre os objectivos “não declarados” o facto de impedir que o Partido Comunista Italiano (PCI) e, em medida menor o Partito Socialista Italiano (PSI), pudesse tomar o poder.

E da mesma forma parecem ter operados as ramificações Stay Behind dos outros Países.

Alemanha
As primeira revelações acerca duma estrutura secreta paramilitar são do 1952, ano em que um ex-oficial das SS fala do assunto com a polícia criminal de Frankfurt. Mesmo assim, Stay Behind continuou e parece ter ficado envolvida no atentado da OktoberFest, em 1980.

Chipre
Do TMT parecem ter sido o assassinato do ex Ministro do Interior Polykarpos Yorkatzis (1970) e do Presidente Makarios (1974).

Bélgica
As suspeitas apontam para o envolvimento da organização Stay Behind nos Massacres do Brabante, entre 1982 e 1985, que provocaram 28 mortos, e os homicídios de la rue de la Pastorale, Anderlecht, 1982 (2 mortos).

Espanha
Em 1976 dois militantes de esquerda são mortos no Massacre de Montejurra pelos terroristas Stefano Delle Chiaie (membro também da Aginter Press portuguesa) e unidades da Aliança Argentina Anti-Comunista (Triple A), demonstrando assim a conexão entre a Stay Behind europeia e a Guerra Sucia argentina (1976- 1983).
Em 1977 novo atentado com indício Stay Behind: o Massacre de Atocha (5 sindicalistas mortos).

Grécia
Em 1967 foi a LOK, Stay Behind local, que tomou posse do Ministério da Defesa em Atenas, começando assim o golpe de Estado que culminou com a instauração do Regime dos Coronéis (1967 – 1974).

Suíça
Em 1990, o Coronel Herbert Alboth, ex comandante do P26 (Stay Behind suíça) declara numa carta confidencial estar pronto a revelar toda a verdade acerca da organização. Poucos dias depois é encontrado morto me casa, esfaqueado com a própria baioneta.

Turquia
A situação turca é bastante delicada. A organização terrorista dos Lobos Cinzentos é suspeita de ter colaborado mais vezes com Stay Behind local ao longo das décadas. Um exemplo são os massacres do período 1976-80, que permitiram o golpe de Estado de 1980.

Pormenor interessante: Alí Agcá, o turco que tentou assassinar o Papa João Paulo II, era elemento dos Lobos Cinzentos…

Resumindo: Gladio era parte duma organização muito mais complexa de nível europeu, Stay Behind, com possíveis (e prováveis) ligações intercontinentais. Objectivo era “conduzir” os eventos dos vários Países nos carris exigidos pelo bloco ocidental em contraposição com os planos do bloco oriental, liderado pela União Soviética.

Coisas sujas da Guerra Fria.
Tempos que para boa sorte acabaram.
Hoje o mundo é um lugar bem melhor…

Agora vou ver o vídeo que Burgos publicou no blog dele acerca do assunto.

Ipse dixit.

13 Replies to “The Thing: Gladio”

  1. Como já todos por aqui devem saber, o cinema é usado para subrepticiamente fazer as pessoas acostumarem-se a certo tipo de idéias. "They live" não foi excepção. Mais vezes do que podem contar, a fonte de inspiração para os argumentos é o que se passa em "bastidores". Segundo consta, Carpenter, antes de se lançar como realizador a solo, tinha trabalhado com George Lucas, que ao que parece, é dos maiores "envolvidos" de todos…

  2. They Live, sem dúvida um clássico. Também gosto dos filmes do Carpenter (dos antigos, pra falar a verdade), além dos mencionados, lembrei-me ainda de Christine, Halloween e The Fog.

  3. Olá Max: a indústria cinematográfica tem sido para gente como eu, um problema, mais que uma solução. Gosto de cinema, mas em meio a tanta porcaria, confesso que tenho muita dificuldade de me organizar. Às vezes, quase por acaso, me deparo com um filme que considero bom ( e vocês já devem imaginar o que considero bom). Aí eu aviso todo mundo a minha volta, e a maioria não tem acesso porque as salas de cinema por aqui reduziram-se ao interior dos shoppings e passam coisas ao gosto dos frequentadores. As video locadoras, que existe aqui em cada esquina, de qualquer lugar, é aquela desgraça, a luz do entendimento de mundo de seus administradores. Os brasileiros (que tem internet com míseros 3kb ou mais)e que portanto poderiam assistir películas em tempo real não têm hábito de faze-lo, e dificuldade em encontrar o que poderia valer a pena ver.
    Tudo isso é para perguntar: tem alguem aí que possa me ajudar a encontrar na internet um lugar de bons filmes? Tem alguem aí disposto a fazer vez por outra isso que o Max fez hoje, a partir de um adendo da Fada? Tem alguem aí disposto a me indicar sites onde se faça uma crítica razoável de filmes em português, espanhol ou francês? Se tiver, agradeceria muito a contribuição. Abraços

  4. "Fada, difícil encontrar um Italiano que não tenha ouvido falar de Gladio, ou Operação Stay Behind como era conhecida nos Estados Unidos. É que na altura deu "grande barraca" como se diz em Portugal."

    Max… eu sei que você sabe!! 🙂 então não ía saber? Um italiano dedicado á política? Foi uma "espicaçada" para o Max fazer exactamente o que fez: Mostrar às pessoas que por aqui passam, que afinal a NATO não nasceu "agora" e que infelizmente, tem praticado o terrorismo até na velha Europa.
    Tudo isto serviu para culpar a esquerda e fazer dela bode expiatório, enquanto prosseguem com a maldita globalização.
    Obrigada Max.

    p.s. esqueceu-se do nº de mortos em 1969, no Massacre de Piazza Fontana, que suponho ser digno de referencia.

    Um grande abraço para todos.

  5. Ainda em relação à Gladio e mais ataques terroristas:

    Asesinato de Aldo Moro
    Véanse también: Aldo Moro y Operación Gladio

    Como periodista viviendo en Europa en los 1980s, Tarpley escribió un estudio comisionado por un comité del Parlamento Italiano acerca del asesinato del Primer Ministro Aldo Moro.2 El estudio tuvo como conclusión que el asesinato fue una operación de bandera falsa (false flag en idioma inglés ) orquestada por la Logia masónica Propaganda Due con la cooperación de miembros ejecutivos de los servicios secretos italianos culpando a las Brigadas Rojas.3

    http://es.wikipedia.org/wiki/Webster_Tarpley

    Interessante esta página da Wikipédia.

  6. Max,

    No artigo "carne para tubarões", você cita Paulo Barnard, numa conclamação ao desafio aos administradores desta carnificina anunciada, por uma atitude combativa das populações do planeta. Max, quando alguém é desaboletado de sua casa, veja bem, sua casa…, nestas operações que se tornaram corriqueiras nos países já em crise (os outros terão seus momentos), o que fazem os desalojados e a vizinhança que terá o mesmo destino? Nada. Abosolutamente nada. Apenas alguns gestos individuais e mais nada. Um direito básico do ser humano, o direito à moradia, e dele estamos sendo despojados. Nos resignamos de cabeça baixa. Como querer peitar toda a calamidade que se aproxima sem atitude? Você, como muitos, inclusive eu, identifica um plano que transformará qualquer revolta numa armadilha que guiará a humanidade na direção das masmorras corporativas. Aí será que o surrado clichê, não se torna válido? Mais vale cair lutando, do que assistir a própria derrocada de pé? Apenas digo, perante toda demonstração de resignação, quando tudo nos é tomado sem que nossa passividade seja abalada: seremos eternamente espectadores das atrocidades dos globalistas. Nada faremos.

    Gladio, Condor. Há quantos anos nos deixamos enganar pelos bons yankees? Com certeza tudo vem de uma planificação que remonta à outras eras, não é de agora. A coisa é secular, talvez mais longínqua. Desculpe, mas não dá para deixar de pensar em sociedades que agem na sombra desde que o mundo é mundo. A dizimação em curso, não tem como ter sido engendrada de 80, 100 anos pra cá. É algo que vem de um determinismo de longo alcance. Vamos assistir algo, que está apenas confirmando propostas concebidas nos nossos verdes anos de civilização. Não tenho nada de palpável para confirmar o que digo. Apenas a sensação que me toma quando leio o antigo testamento.

    Walner.

  7. Antigo, antiquíssimo Walner, o hábito dos poderosos mandarem.
    Mas têm duas coisas que me apavoram agora, exatamente neste momento: os poderosos, além de mandarem, governam. E não é uma Gréciazinha qualquer, é a Itália!
    Segunda coisa concreta que me apavora:os poderosos não precisam se esconder a sombra dos "maus" de plantão com operações Gladio, Condor e similares. Eles declaram abertamente: "viemos, vencemos e dominamos" ( H.Clinton, relacionada a Libia)
    Claro, teóricamente, eu já sabia de toda esta desgraça na Europa e América do Norte, e mais além: sociedade disciplinar, dando origem a sociedade de controle. Não serão mais indivíduos, mas divIduos, afogados em dívidas. As prisões serão a céu aberto, e o carcereiro será o terror dentro de cada um. Etatatá…e ta-ta-taa´, teóricamente, tudo muito convincente. Foucault e Deleuze, debaixo do braço na academia , arrazando com a revolução das línguas batendo no céu da boca…
    Mas, eu pensei que eu morria antes de acontecer. Não morri, e tive que enviar pêsames ao Max, e oferecer Terra Âncora como refúgio a um casal amigo residente em Trípoli, coisa que eles não aceitaram, preferindo morrer lá na sua terra.
    Eu não somente não morri, como sei que a Grécia fica aqui, daqui a pouco tempo, e a Itália é a China amanhã, apesar de parecerem tão diferentes. Abraços

  8. Minha amiga,

    Esta prisão à céu aberto, que você se refere, é a que já vivenciamos. Para os "baderneiros", ou como a mídia gosta de chamar, os vândalos, terão (o THEY da Fada) que aplicar um castigo exemplificador. As castas mais baixas necessitam de corretivo quando se assanham. Não dá pra deixar passar em brancas nuvens. A cena de Papandreau sendo escoltado em sua chegada para a conferência do G-20 e, depois, na sua saída, estilo cão vadio com o rabo entre as pernas, é significativa. Não basta pressionar, tem que esculachar. Pode escrever que o povo será humilhado e colocado em seu devido lugar. Ao menos aqueles mais desinibidos. E óbvio, me refiro aos sobreviventes, claro.

    Um abraço Maria.
    Walner.

  9. A 12 de Dezembro de 1969, uma bomba explode na Piazza Fontana, em Milão, provocando 16 mortos e quase 90 feridos…

    Quanto ao filme They Live , pois claro que tinha de falar em ET´S… senão o filme não passava! ficava exposto demais… assim o povinho pensa que é ficção. Aliás nunca vi ET´S nesse filme, apenas humanos com as caveiras à vista…

    Gostei muito de todos os comentários.
    Um abraço para todos!

    Walner, esse último comentário sobre Papandreous diz tudo.

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