Superpolícia!

Qual o melhor soldado? Aquele que obedece, claro.
E o soldado ainda melhor? Aquele que não percebe o que diz a pessoa que está prestes à bater. Ou abater.
Sorte nossa se na Europa houvesse uma força assim…

Ehi, mas há! E até tem um nome: Eurogendfor.

Como se pronuncia esta coisa? Não interessa, não é para ser pronunciado, é para ter medo. Deve ser por isso que o Eurogendfor foi enviada até a Grécia.
Tiveram medo os Gregos? Não. Mas calma, a Eurogendfor está nas primeiras saídas, deve “fazer-se os ossos”. Da próxima vez será melhor, sem dúvida.

Vamos conhece-la melhor? Porque a impressão é que teremos outras oportunidades para vê-la em acção.

Em primeiro lugar, uma correcção: a Eurogendfor não é para ter medo, pois se o cidadão for um bom cidadão nada acontecerá. E ser um bom cidadão é simples: é só respeitar as ordens, a ordem constituída, trabalhar (se houver trabalho), votar (quando deixarem), fazer poucas perguntas (aliás, não fazer perguntas é ainda melhor) e tudo correrá bem.

Se a isso adicionarmos algumas horas de televisão diária e a leitura dos média de regime, então seremos o cidadão modelo e a Eurogendfor será a nossa melhor amiga.


Sim, mas quem é afinal?

Ora bem: Eurogendfor é na realidade a Gendarmerie Europeia, uma policia anti-tumultos capaz de operar em qualquer País Europeu (mas não só: já actuaram no Afeganistão e no Haiti, por exemplo…) sem que para isso tenha que aceitar ordens do País no qual opera.

É formada pelas polícias militares de seis Países: França, Italia, Portugal, Holanda, Espanha e Roménia e tem o quartel geral em Italia, em Vicenza, perto da base militar à disposição do Pentágono (com relativos misseis nucleares). Mas, como no caso da Grécia, a Eurogendfor pode operar em qualquer País da União (e não só…).

Nascida na Holanda em 2007 com o Tratado de Velsen (alguém conhecia este?), é uma polícia supranacional, à disposição da União Europeia, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), Nato e outras organizações internacionais ou “coligações especificas”.

É uma força “pré-organizada e utilizável em tempos rápidos”, capaz de “concluir todas as tarefas de polícia previstas no âmbito das operações de gestão de crise”.

Qual crise?
Para perceber é preciso ler o Tratado de Petersberg (alguém conhecia este também?), de 1992: “missões de paz, missões de forças de combate para a gestão das crises, incluído o restabelecimento da paz”.

E quem manda na Eurogendfor?
Manda o CIMIN, um comité interministerial composto por vários representantes dos Ministérios da Defesa dos Países aderentes. O CIMIN exerce em exclusiva o controle político desta polícia militar.
Em outras palavras: a Eurogendfor não recebe ordens de qualquer parlamento nacional ou europeu, apenas do CIMIN.

Eis as principais tarefas da Eurogendfor:

  • Garantir a segurança pública e ordem pública;
  • Actuar como polícia judiciária;
  • Acompanhar a polícia local no desempenho dos seus serviços
  • Realizar investigações criminais
  • Monitorização público directo
  • Regular o tráfego
  • Actuar como polícia de fronteira
  • Recolher informações e realizar operações de inteligência
  • Proteger as pessoas e bens,

Mais: para isso, a Eurogendfor goza duma espécie de imunidade total:

  • Artigo 21) as instalações, edifícios, arquivos (incluindo computadores) de propriedade da Eurogendfor são invioláveis
  • Artigo 22) as propriedades e os capitais da Eurogendfor são imunes a medidas de execução da autoridade judicial
  • Artigo 23) nenhuma comunicação oficial da Eurogendfor pode ser interceptada
  • Artigo 28) os Estados signatários renunciam a todos os pedidos de indemnização por danos causados ​​à propriedade durante a preparação ou a execução das operações. A compensação não será necessária, mesmo em caso de lesão ou morte do pessoal Eurogendfor
  • Artigo 29) o pessoal Eurogendfor não estará sujeito às consequências de sentencias, tanto no País de acolhimento como no receptor, no caso específico vinculado ao cumprimento do seu serviço.

Dito de outra forma, esta super-polícia, que depois é uma estrutura militar, pode operar em qualquer lugar, para acompanhar ou substituir as forças policiais locais, agindo em total liberdade (imunidade) e sem que no final do trabalho possa ser responsabilizada ​pelas próprias acções apenas para a comissão.

A Grécia pediu a intervenção desta super-polícia? Assim parece, embora faltem confirmações oficiais.

Mas porquê? A policia grega não é suficiente? Melhores os estrangeiros?

Mas sobretudo: qual a diferença entre a Eurogendfor e uma qualquer outra força de mercenários?
Porque a Grécia nem assinou o tratado que constituiu esta força de intervenção, os cidadãos gregos não votaram nisso.

E quando um regime utiliza forças estrangeiras para realçar a própria autoridade, isso significa que o tal regime perdeu qualquer autoridade.
Isso caso ainda haja dúvidas, claro.

O facto de estarem em jogo os interesses dos principais bancos europeus está relacionado com a intervenção desta força especial?
Não, aposto que não, ora essa, era só que faltava, mas quem que pensa coisas assim, fiquem descansados, foi apenas um acaso, vocês são uma cambada de paranóicos, é isso, paranóicos conspiracionistas, deveriam ter vergonha…

Ipse dixit.

Fontes: Informazione Scorretta, Solange Manfredi, GolemXIV, Eurogendfor

8 Replies to “Superpolícia!”

  1. Nós portugas… estamos bem pois a GNR faz parte desta força… por isso MANADA quando pensarem ir para a rua armados em gregos… preparem o lombo e não só para a Eurogendfor… toma!!!!!

  2. A coisa é tão descaradamente absurda, que nossos senhores não confiam no policiamento local. Deve ser medo da caserna mudar de lado, depois que sentirem o arrocho nos próprios bolsos e assistirem seus familiares desempregados. Só uma força supranacional para não se tornar cúmplice da "desordem".

    Walner.

  3. Não são conspiracionistas paranóicos, são CONSPIRANÓICOS.
    A que ponto já chegamos, se não fosse por você, eu (por exemplo)nem saberia.

    SENAM

  4. E claro que uma forca policial europeia (nos paises que aceitarem esse acordo)e necessaria pelos mais diversos motivos, se os liders politicos que elegemos nos representam democraticamente e nao sao ladroes comos os actuais contribui para a seguranca da U.E.e das nossas gentes porque pensar subito a uma ditadura?

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