Verdade?

O Nobre Saraiva, juntamente com o Nobre Xenofonte, é dono dum blog, Sociedade Alienígena.

Nele falam de criaturas extraterrestres que desceram em Portugal com um Ufo de madeira (era ainda o século XVI) e…como?
Ah, é “Alienada”, não “Alienígena”…ok, ok, peço desculpa.

Então começamos outra vez.

O Nobre Saraiva, juntamente com o Nobre Xenofonte, é dono dum blog, Sociedade Alienígena.

Um blog com poucas intervenções, por enquanto (o que é uma pena), mas interessantes mesmo.
Sério.

Olhem para a seguinte reflexão de Saraiva, que tem como ponto central a Verdade.

A Verdade

Eu não sou dono da verdade,

na realidade, ninguém é dono da verdade. A verdade apenas o é simplesmente enquanto não for desmentida e dura tanto tempo quanto o tempo que permanece como sendo verdade.

Mas não só, a verdade, apenas o é – uma verdade – enquanto houver quem nela acredite e a dissemine. Desta forma, mesmo que a verdade seja claramente desmentida, esta continua a ser verdade para quem não admite a sua refutação.

Como posso então definir “a Verdade”?
É uma ideia, cuja origem não importa, mas que foi aceite e disseminada por um grupo de indivíduos durante um período de tempo (que pode ainda não ter terminado).

Certo, até aqui parece-me tudo bem.

Mas e o que acontece quando a nossa verdade é refutada/desmentida?

  • Há quem não aceite e permaneça fiel a seu princípio;
  • Há quem nem pense duas vezes e de imediato adopta o novo conceito;
  • E há o meio-termo, o equilíbrio…
…pois é no equilíbrio que nos devemos manter: não ser comodista nem radical, mas ser sim um ser pensante.
Quem muda de ideias sem refletir um pouco?
Infelizmente, muita gente…
Na dúvida, mais vale escolher o bem.
A nossa sociedade é enganada constantemente com verdades que apenas duram meses, dias e até mesmo horas, basta para isso ligarmos a televisão e vemos notícias correrem num dia com uma forma, e no dia seguinte já adotaram outra forma e as pessoas acreditam e pronto…não pensam, não relacionam os pontos, não investigam um pouco.
O mesmo se sucede com o atual sistema económico – o tal que está falido e é obsoleto – muitos fazem querer que é assim que deve ser, pois não existe melhor do que o que vivemos atualmente.
Mas eu analiso os fatos e vejo que nunca houve tanta exclusão social como agora, as coisas estão a ser levadas para os extremos.
Cada vez mais pobreza, a surgir de forma desmesurada, sem ninguém colocar um travão em tudo isto.
Este Capitalismo Parasitário tira proveito d’A Verdade. Espalha a verdade nos anúncios de TV, nas modas, nos media…e todos consomem as suas ideias como se fossem a verdadeira realidade.
Mas não é…
…pelo menos para mim.
Eu disse que era bom.
O assunto é bem complicado. Mas Saraiva fixa alguns pontos, que são fundamentais:
1. Ninguém é dono da Verdade.
2. A Verdade é temporária.
Acerca do primeiro ponto acho que já disse o que penso.
Mas o segundo? Porque Saraiva tem razão: as Verdades mudam. O que hoje é aceite como implícito, amanhã pode estar ultrapassado e substituído por uma nova Verdade.
Houve um tempo em que as pessoas achavam a Terra o centro do Universo. Estavam erradas? Agora é fácil dizer “sim”, mas na altura aquela era a Verdade, única e incontornável.
Hoje pensamos estar num planeta perto duma estrela de médias dimensões, nas margens duma galáxia como muitas.
Verdade?
É ensinada na escola, deve ser Verdade. E é, por enquanto. Mas no futuro?
No futuro pode tornar-se uma Verdade obsoleta, ou mais simplesmente uma crença não suportada pelas mais recentes descobertas científicas. A Verdade torna-se uma crença.

É uma ideia, cuja origem não importa, mas que foi aceite e disseminada por um grupo de indivíduos durante um período de tempo (que pode ainda não ter terminado).

É isso. A Verdade fica como tal até quando houver alguém que acreditar nela. Depois deixa de ser Verdade.

A nossa sociedade é enganada constantemente com verdades que apenas duram meses, dias e até mesmo horas. Pois, basta para isso ligarmos a televisão e vemos notícias correrem num dia com uma forma, e no dia seguinte já adotaram outra forma e as pessoas acreditam e pronto…não pensam, não relacionam os pontos, não investigam um pouco.

Pois, o problema dos media mainstream.
A guerra na Líbia é uma intervenção humanitária ou a participação de forças estrangeiras num golpe de estado? Qual a verdade neste caso?

Depende do interlocutor.

Ao ouvir a Nato, claro, é uma guerra de libertação.
Ao ouvir Khadafi é uma ataque ignóbil.

E qual destas afirmações é verdadeira? Ambas, nenhuma. Pois estas não são verdades, são apenas interpretações.

O que acontece é que os media vendem como Verdade absoluta uma interpretação dos factos, por vezes suportada por provas, outras vezes nem por isso.

Na maior parte dos casos há mais de que uma interpretação; com o tempo o número é reduzido (com imagens oportunamente escolhidas ou até criadas, com a intervenção de “especialistas” bem preparados) até sobrar uma única interpretação, que com o tempo é assumida como Verdade.

Se eu martelar o meu dedo, o dedo fica dorido. E este é um facto.
Afirmar que eu martelei o dedo por estar doido é uma interpretação. Posso estar doido, mas posso também ser distraído ou doente, quem sabe?

Nos media raramente há espaço para dúvidas, abundam as interpretações camufladas de Verdade, oficial neste caso. As pessoas não procuram alternativas, simplesmente porque a mensagem transmitida é que tudo está controlado.

A televisão, por exemplo, raramente diz “Aconteceu isso, porquê será? Vamos investigar”.
Pelo contrário, na maior parte dos casos a mensagem é “Aconteceu isso por causa disso”.

Implícito: “Fica descansado, nós já fizemos o nosso trabalho e encontramos a resposta. Dúvidas? Então vamos ouvir um especialista”.
E o especialista é a quadratura do círculo, pois as hipóteses do media são confirmadas.

Mas eu analiso os fatos e vejo que nunca houve tanta exclusão social como agora, as coisas estão a ser levadas para os extremos. Cada vez mais pobreza, a surgir de forma desmesurada, sem ninguém colocar um travão em tudo isto.

Não apenas há mais exclusão, mais injustiça, mais desemprego, mais pobreza: mas os políticos, através dos media, afirmam que é uma situação incontornável pois antes “vivemos acima das nossas possibilidades”.

O que significa isso? Significa que, desde que estamos em Democracia, os erros foram de todos. E todos significa de nós também.

Moral: se a economia está de rastos, a culpa é nossa. Pelos vistos, nem temos o direito de queixa.

Simples e eficaz.

O que é possível fazer contra uma Verdade como esta, até confirmada pelas mais altas cargas do Estado?

…e todos consomem as suas ideias como se fossem a verdadeira realidade.

Mas não é…
…pelo menos para mim.

É por isso que temos de ler Sociedade Alienígena.
Mesmo que não acreditem nos extraterrestres.

(Psssst! Podem encontrar Sociedade Alienada no Blogroll, à direita)

Ipse dixit.

Link: Sociedade Alienada

6 Replies to “Verdade?”

  1. Max e amigos:

    "… os média vendem como verdade absoluta uma interpretação dos fatos, por vezes suportada por provas, outras vezes nem por isso." Peço licença´pra acrescentar: "e ainda por outras, forjando provas." No blog do Gilson Sampaio, no artigo intitulado "Merval e seu Caráter", deste dia 5 próximo passado, ele conta uma histórinha que exemplifica meu adendo. Quem tiver curiosidade dê uma chegada lá no "" gilsonsampaio.blogspot.com "".
    Os caras plantam suas mentiras. Lembro muito bem do episódio que o blog nos faz recordar.

    Além, deste temos um outro exemplo mais gritante nos relatos oficiais sobre 11/09 e todas suas versões e "possíveis" provas defeituosamente plantadas.

    Gostaria de agradecer à quem puder fazer chegar ao Gilson um problema que tenho reparado no seu blog: é impossível enviar quaisquer comentários. Algo acontece que eles simplesmente desaparecem. Não sei se o problema é apenas comigo. À quem puder ajudar, muito obrigado.

    Até.
    Walner.

  2. Faltou dizer que no evento 11/09 a cooptação imediata por parte dos meios de informação sustentados pelo mercado. Não foram os médias que plantaram provas, simplesmente aderiram sem questionamento.

    Walner.

  3. Eu me lembro…
    Me lembro que desde criança estava estampado no jornal "diz o especialista em tal coisa" e logo desatava a pensar: Mas se ele é especialista por que não o escutam e resolvem o problema?
    Lembro-me de perguntar ao meu pai certa vez, ao que este me respondeu: Nem tudo que reluz é ouro.
    Fiquei sem entender e fui jogar videogame 🙂
    Hoje eu entendo, o maldito velho era inteligente… pena que não repassava 😛

  4. Anónimo, 11/09 é um clássico, penso seriamente em não ter filhos caso eu continue a viver nessa sociedade e desta forma, não teria coragem de manda-lo a escola para que lhe ensinassem coisas inúteis e mentirosas, e da forma como o mundo caminha provavelmente seria preso por não deixar meu filho ser um robô "livre e feliz", e dúvido muito achar uma mulher que também queira sair deste modo de vida…
    Mas mesmo que eu trabalhe a vida inteira para ter uma casa no campo onde eu possa plantar minha comida e cuidar dos meus bichos eu o farei, para mim é a melhor forma de saída. Serei livre mesmo que por pouco tempo, ou morrerei tentando!

  5. olá Pedro: tô chegando do "fim do mundo" (Patagonia), juntando elementos mais além da minha própria experiência e posso te garantir que não é preciso trabalhar a vida inteira para depois ter uma certa alegria, uma certa autonomia, uma certa independência. É preciso, isto sim despertar antes para compreender que as tais verdades são pura mentira, que acontecimentos importantes são ignorados justamente para dar a impressão de que aqueles que tentam se organizar na vida independentemente não merecem crédito e que estão fadados ao insucesso. Abraços

  6. Hey Maria! 😀

    Bemvinda de novo!
    Tens toda a razão, mas infelizmente em alguns países, mesmo para ocupares um pedaço de terreno tens de pagar alguma coisa, como por exemplo, o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)…apesar de achar que existem alguns locais onde não se paga, mas é uma questão de averiguar.

    Abraço,
    — —
    R. Saraiva

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