Goldman Sachs é desde hoje o novo Presidente do Banco Central Europeu.
Parecem duas afirmações diferentes. Mas são a mesma coisa.
Formado na Universidade italiana La Sapienza e no americano Massachusetts Institute of Technology, em 1984 começa a carreira internacional como Director Executivo do Banco Mundial.
Uma pessoa normal nesta altura teria apresentado a demissão, admitindo ter desperdiçado anos de preparação e estudo: tudo para acabar numa instituição equivoca como o Banco Mundial?
Mas Draghi continua: Presidente dum banco privado italiano, entra depois no IRI, Istituto per la Ricostruzione Industriale, um monstro com mais de 400.000 dependentes e que na altura tinha como Presidente Romano Prodi.
Com Prodi como Presidente e Draghi no Conselho de Administração, o IRI consegue:
ceder a Alfa Romeo à Fiat
privatizar o sector siderúrgico e naval italiano (Finsider, Italsider, Italstat)
privatizar a empresa estatal de energia eléctrica SME
Como resultado, o IRI apresentou úteis após mais de dez anos de perdas.
Sim, é verdade que para obter tais ganhos foi destruído o sector siderúrgico e milhares de trabalhadores ficaram sem emprego. Mas enfim, o lucro é lucro.
Um tal resultado não passa despercebido e enquanto Prodi é nomeado Presidente da Comissão Europeia, o bom Draghi torna-se vice-Presidente da Goldman Sachs e membro do Board of Trustees do Princeton Institute for Advanced Study e do Brookings Institution.
A partir dai todas as portas estão abertas: em 2006 Draghi é Governador da Banca d’Italia (o banco central italiano) e no mesmo ano Presidente do Financial Stability Forum (hoje Financial Stability Board), uma organização inútil (observa o sistema financeiro internacional…) mas com um nome simpático e cheia de pessoas importantes (governos e bancos centrais dos Países G20, mais Comissão Europeia).
E, finalmente, em 2011 Draghi torna-se Presidente do Banco Central Europeu.
É uma nomeação significativa: o bom Draghi era vice-Presidente da Goldman Sachs na mesma altura em que esta ajudava a Grécia na maquilhagem das próprias contas públicas para aceder ao sistema Euro.
Isso esclarece, uma vez mais, qual a filosofia do BCE: os interesses mais importantes não são aqueles dos cidadãos, mas os dos bancos privados (são todos privados, afinal).
É suficiente pensar que com os vários “resgates” de Atenas, a percentagem da dívida grega na mãos dos contribuintes estrangeiros passará de 23% para 64% em 2014.
Traduzido em palavras ainda mais claras: actualmente cada família europeia tem uma parte de dívida grega de 535 Euros, em 2014 serão 1.450 Euros.
Draghi torna-se assim Presidente do BCE numa altura muito delicada: a fase da socialização das perdas dos bancos, a transformação do actual sistema económico e financeiro num híbrido capital-comunista.
Capitalista porque os lucros pertencem aos privados; comunista porque as perdas são de todos.
Adam Smith encontra Carl Marx.
O sonho de qualquer banco.
Ipse dixit.
Fonte: AltreNews
Caro Max,
Tens razão.
Nos enganaram quando anunciaram que o comunismo era finado.
O comunismo não está assentado na luta de classes? Então.
A canalha bancária não está massacrando a "outra classe"? Quer mais comunismo na veia do que isto?
Nunca na história do ocidente o comunismo foi tão dominante.
A lamentar a inação e desorganização da "outra classe", por enquanto, por enquanto. E, quando reagir, o império criará uma nova operação que poderá ser denominada "Operação Atomizando a Resistência"
Inté
Bem Bom…
Com a Goldman Sachs no Banco Central Europeu, e com a Nova Amante do Dólar/EUA no FMI tudo está novamente nos carris para os EUA continuarem a sua saga…
Maravilhosa a Maçã "Negra" que deram a comer ao DSK aka "O HEREGE" que queria afastar o FMI do Dólar…
Agora que lá está a outra tipa a paz voltou, por breves instantes à Colónia!