Uma guerra? Minha Nossa, e onde?

Pois é: havia uma guerra no Mediterrâneo, mas onde?
Em Espanha? Não, não era a Espanha…na Ilha de Malta? Não, nem Malta…Líbia, isso mesmo, era a Líbia!

Tentamos recapitular: o Povo, que é sempre Bom, decide revoltar-se contra o poder do Mal, que depois é Khadafi. Mas Khadafi, que não acaso é mau, bombardeia os inocentes civis.

Um pouco como fazem os Israelitas com os Palestinianos. Só que neste último caso estamos perante “legítima defesa”, no caso de Khadafi é maldade pura.

Pode o avançado mundo ocidental ficar parado perante os gritos das pobres crianças líbias? Claro que não.
Há todavia um problema: é preciso legitimar uma intervenção armada.

Problema? Em verdade não, há muito foi criada uma instituição cujo tarefa é legitimar as invasões “amigas”: esta instituição é a benemérita ONU.
Com a resolução nº 1976 chega o sinal verde: as Forças do bem podem ser enviadas la onde não são chamadas.

Falta de dinheiro? Economia me crise? Medo de ficar envolvidos num conflito do qual será difícil sair? Então vamos com as operações cirúrgicas: nada de invasão, mas uma no-fly zone, para proteger os inermes rebeldes líbios.

Passa o tempo e a situação não muda: dum lado o Mal, do outro o Bem.
São enviados especialistas, conselheiros, é criado o novo Banco Central da Líbia, mas não há nada para fazer, é um empate.

Ahhhh, os bons tempos idos, quando bastava dizer “Estados Unidos” para fazer o mundo tremer. Agora nem dizer Estados Unidos e Nato juntos faz efeito. Tristeza.

Entretanto a situação fica cada vez mais complicada: as forças da Nato, sem os Estados Unidos, nem têm munições suficientes. Onde está o Presidente da Super-Potência? Está em Washington, mas não pode fazer muito: já tem uma guerra no Afeganistão, acabou de matar o Senhor de Todos os Males, não pode tratar de tudo, não é?

Depois é Nobel da Paz, caramba. Não pode espalhar conflitos assim, como se fossem rebuçados.
Mas há uma coisa que um Nobel da Paz pode fazer: atingir com mísseis a capital da Líbia. Tripoli, na tentativa de matar o Vice-Senhor do Mal, Khadafi.

Mesmo que esta medida seja uma flagrante violação da resolução da ONU? Sim, mesmo que seja, o Nobel pode: deve ser uma clausula, escrita em letras pequenas, conservada nos arredores de Oslo.

Mas faz sentido eliminar Khadafi com um míssil?
Não apenas faz sentido, mas de momento parece a única exit-strategy digna de nota.

A Nato, com ou sem os Estados Unidos, não pode enviar tropas para a Líbia: não têm um tostão e o risco é de ficar presos numa guerra para a qual é difícil prever o desfecho. E os já rebeldes demonstraram não conseguir ganhar (mas não era uma revolução de todos os Líbios, fartos de tanta maldade?).

Por isso a única solução é aplicar a mesma técnica já experimentada contra o fantasma de Bin Laden: uma operação cirúrgica. Que já foi tentada duas vezes: no primeiro caso foram mortos um dos filhos de Khadafi e algumas crianças (uma chatice, verdade, mas provavelmente estavam armadas), no segundo caso (na noite passada) os resultados não são conhecidos. 

Genial. Só assim será possível “libertar” o País e torna-lo uma verdadeira democracia ao estilo ocidental: basta com as prepotências e as arrogâncias dum homem (mau, ainda por acima), chegou a altura da prepotência e da arrogância das multinacionais.

Agora, é só uma questão de pontaria.

Ipse dixit.

4 Replies to “Uma guerra? Minha Nossa, e onde?”

  1. Mary

    Ri litros, para não chorar litros!

    Realmente eu estava aki a fazer essas mesmas perguntas! Porém… Mesmo que as nações já não tenham medo dos EUA ou a NATO, o povo ainda tem medo das autoridades, e se o povo tem medo fica difícil "enfiar o dedo" no nariz destes caras e mandar eles "pastarem" se não trabalharem pelo povo que prometeram beneficiar, representar e que ainda por cima paga seus salários "milhonários"!!!

    GENTE! Político é um FUNCIONÁRIO Público, NÃO é DEUS!!! Eles tem que servir a gente e não a gente que tem que servir a eles!!!

    QUESTIONEM AUTORIDADE SEMPRE !!!!!!!!!!!
    Pois as ações deles refletem na SUA VIDA!

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: