Quantitative Sushi

Só uma breve nota. E aborrecida, pois falamos de mercados.

Desfrutando a emergência terramoto, o Banco Central do Japão acaba de lançar no mercado 600 mil milhões de Dólares. Um Quantitative Sushi efectuado no prazo de 20 dias.

Na prática, desde o terramoto, mais ou menos.

“Causa ou efeito?” diz uma pequena voz maligna escondida entre os poucos neurónios do pobre blogueiro.
Por enquanto, ignoramos.

O Japão tem uma dívida pública perto de 200%, um deficit de 9%: se fosse um País europeu seria indicado como a vergonha da humanidade, um Super-Pig, aliás, “o” Pig por excelência.
Mas é o Japão, caramba.

Sim, tem uma dívida pública e um deficit enormes, um tecido industrial destruído, falta a electricidade, e um par de centrais nucleares que estão a fundir-se. Mas enfim, é o Japão. Ou talvez não.

O Yen faz o que o Dólar já não consegue fazer: liquidez nos mercados. Já vimos que estamos a viver uma grande crise de liquidez, da qual ninguém fala.
Pois é um absurdo: Quantitative Easing por todos os lados, rios de dinheiros injectados como se fossem vacinas anti-gripe. E depois? Nada. Não há liquidez.

O bom blogueiro deveria desfrutar os 7 neurónios para perguntar: mas para onde foi o dinheiro todo?
Esqueçam, não é dia. Dos 7, 4 estão em manutenção e 2 em recarga.

Por isso vamos ver os efeitos deste Quantitative Sushi, pode ser?
O terramoto provocou uma chegada de Yen do estrangeiro: e o yen está agora mais forte.
Agora. Mas amanhã?

Amanhã ficará mais débil, pois o Quantitative Sushi derramou rios de dinheiro nos mercados.
Pode este QS salvar o PIL japonês? Nem por isso, como vimos as industrias japonesas estão de joelhos.
O que pode fazer o QS é começar uma boa vaga de inflação.

Lembram? Muito dinheiro em circulação = o dinheiro perde valor. Esta é inflação. Paciência.
Ou, no caso do Japão, será hiperinflação? Paciência (nº 2).

Mas porque criar inflação? Na verdade, este é um efeito secundário. O que conta é inundar o mercado de liquidez: só assim será possível fazer funcionar o circo ainda por alguns tempos.

E depois? Depois algo acontecerá, quem sabe: há sempre guerras, catástrofes naturais, invasões alienígenas… 

Ipse dixit.

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