A simpática dinastia Rothschild – Parte I

Rothschild. Wow…

Este é um nome fácil de encontrar mas ao mesmo tempo pouco sabemos acerca desta família.

Segundo alguns, Rothschild é sinónimo de muitas coisas: um poder excepcional, decisões que abalam inteiras nações, Nova Ordem Mundial e mais ainda.

Talvez a família hebraica-alemã não represente o Mal absoluto: mas com certeza não estamos perante uma linhagem de santos. E, sobretudo, é inegável que os Rothschild possam contar com interesses que abrangem a maioria dos aspectos da nossa sociedade. O que não é pouco.

Vamos conhecer um pouco melhor esta simpática dinastia. Começamos com um pouco de história: donde surgem os Rothschild?

A origem

É esta uma longa história de dois séculos em que os eventos da poderosa família alemã de origem judaica cruzam-se com os destinos da Europa.
Tudo começou no final do século XVIII, no gueto de Frankfurt, numa oficina onde foi posto um símbolo: um escudo vermelho. E nasceram os Roth (vermelho) schild (escudo).

Na oficina trabalhava o órfão Amschel Moses Bauer que cunhava moedas: conseguiu; o filho, Meyer Amschel, entrou na actividade e ampliou a clientela: não apenas moedas para privados, mas também (e sobretudo) empréstimos aos governos, onde os juros são garantidos pelos impostos. A ideia vingou. Meyer ficou rico e enviou os cinco filhos nas principais capitais europeias.

O mais velho, Amschel, ficou em Frankfurt para tratar da sede da sociedade, Salomon foi para Viena, Nathan para Londres, Karl em Nápoles e Jakob em Paris. 

Os últimos dois foram os mais bem sucedidos: foram eles que conseguiram financiar as tropas inglesas empenhadas em Portugal contra o exército de Napoleão.
Segundo uma versão, não confirmada por provas concretas, o ano 1815 representa um dos pontos de viragem mais importantes para a família.

Rothschild e Waterloo?

Em ocasião da batalha final entre as tropas de Wellington e Napoleão, o general inglês, financiado também pelo ambicioso Nathan Rothschild, ganha a batalha, mas Nathan (ou um agente dele) abandona a localidade da Bélgica antes do fim das hostilidades, quando já os destinos do choque são claros.
Voltado para Inglaterra, espalha a voz que foi Napoleão o vencedor, provocando assim a queda dos Títulos ingleses.
Nathan conseguiu desta forma adquirir os Títulos a preços “de saldo” e quando a notícia da vitória alcança a Grã Bretanha, os Rothshild já se tinham tornado a família mais potente da Ilha de Sua Majestade.

Ouro. Muito ouro…

Esta, repetimos, a versão popular.
Entre os factos, podemos salientar de como já em 1817, o Ministro do tesouro da Prússia, durante uma visita em Londres, escreve que Nathan Rothschild tem

…uma incrível influência sobre todos os assuntos financeiros aqui em Londres. É afirmado que ele regula completamente a taxa de câmbio da City. O seu poder como banqueiro é enorme.

E em 1818, o secretário do príncipe austríaco, Metternich, ao escrever dos Rothschild, afirma que

são as pessoas mais ricas da Europa.

Os bancos Rothschild, com a cooperação entre os ramos da família e usando as técnicas das reservas bancárias fracionárias, tornam-se incrivelmente ricos. Em meados de 1800 dominam todo o sistema bancário europeu e é de certeza a família mais rica do mundo; uma parte considerável da nobreza do Velho Continente encontra-se fortemente endividada com os Rothschild.

Honoré de Balzac cria a personagem do “Príncipe do Dinheiro”, na obra “A Comédia Humana”, tendo como modelo James Rothschild; mas também Heinrich Heine, Gioacchino Rossini, o pintor Ingres, são artistas que mantêm relacionamentos com a família.

Ficando bem longe de qualquer tipo de escândalo, os Rothschild continuam a cultivar os relacionamentos com as casas reais: já não como simples banqueiros mas como importantes actores na cena económica e política. E numa primeira fase, com casamentos entre primos de primeiro graus, (16 casos em 18 casamentos), os Rothschild conseguem manter a riqueza sempre no âmbito da família. Se calhar perdem algo a nível genético, mas a riqueza não.

E o ouro é utilizado para aumentar a própria influência.

Em 1826, a família entra no grupo dos financiadores que criam o Banco de Inglaterra; deles é a ajuda monetária a Cavour, no processo da unidade da Italia; eles encontram em 24 horas o dinheiro necessário à Rainha Victoria para a construção do Canal de Suez, obra fundamental para a expansão inglesa na Ásia.

Mas o elenco das pessoas e empresas financiadas pela família continua e é imenso. Cada financiamento é uma arma, que liga os clientes à família de banqueiros. São os Rothschild que financiam Cecil Rhodes, para estabelecer um monopólio sobre a terra rica de ouro na África do Sul e sobre os diamantes De Beers.
São os Rothschild que financiam os Estados Unidos na construção das ferrovias.
 
O National City Bank de Cleveland, que durante as audiências no Congresso tem sido reconhecido como um dos três bancos Rothschild nos Estados Unidos, fornece à John D. Rockefeller o capital para implementar o monopólio na área de refinação de petróleo, que levam à fundação da Standard Oil.
 
Jacob Schiff, criação da casa Rothschild e agente deles nos EUA, aconselha Rockefeller acerca do acordo de reembolso que este exige às empresas petrolíferas rivais pelo transporte por via férrea. Estas ferrovias já estão monopolizadas pelos Rothschild, que as controlam através de agentes e aliados quais JP Morgan e Kuhn, Loeb & Company (Schiff é membro do Conselho de Administração desta empresa): juntos controlam 95% de todas as viagens ferroviárias dos EUA.

A força da família

Em virtude da presença em cinco Países como banqueiros, os Rothschild são de facto autónomos, uma entidade independente e particularmente influente: se as diretrizes políticas duma nação não favorecerem os seus interesses, os Rothschild simplesmente podem decidir de não fazer empréstimos adicionais ou financiar grupos para contrariar tais directivas.

Só eles conhecem os locais em que as reservas de ouro (entre outras coisas) são guardadas, de modo que fiquem protegidas contra perda, multas, impostos ou pressões governamentais, tornando qualquer auditoria ou investigação desprovida de sentido; apenas os Rothschild têm consciência da real riqueza da família, da consistência das reservas fracionárias, espalhadas em cinco Países.
 
É o caráter internacional dos bancos Rothschild que fornece a grande vantagem sobre os bancos e os governos nacionais, foi exatamente isso que os legisladores e os parlamentos nacionais tentaram inutilmente proibir. Uma situação de vantagem que permanece inalterada em relação aos bancos internacionais e empresas multinacionais até nos nossos dias, a verdadeira força motriz da globalização, o impulso para um governo mundial.
 

Em 1850 estima-se que o capital de James de Rothschild, herdeiro do ramo francês da família, ascende a 600 milhões de Francos franceses: 150 milhões mais do que todos os outros banqueiros de França juntos.
James, lembramos, tinha sido enviado em Paris pelo pai em 1812, com um capital de 200.000 Dólares: no momento da sua morte, em 1868, cinquenta anos depois, a sua riqueza atinge os 40 milhões de Dólares. 
Não acaso, o poeta Heinrich Heine afirmou em relação a James Rothschild:

O dinheiro é o deus dos nossos tempos, e Rothschild é o seu profeta.

Os casamentos

Sucessivamente, uma série de casamentos “mirados” permitem expandir ainda mais a influência da dinastia.

Entre as principais uniões lembramos as seguintes: com a família de banqueiros Ephrussi, com o filho do financeiro James Goldsmith, com as famílias Guinness, Guggenheim, Oppenheim, Borghese, Aldobrandini, Bonaparte, com a família do Conde de Norfolk, com a família do Barão de Churston Ferrers e Lupton, com a Casa de Ligne (Bélgica), com a Casa de Van Zuylen van Nijevelt (Holanda)…

A lista é comprida: melhor acaba-la aqui, com Lady Liliane Elisabeth Victoire Fould-Springer, tia da actriz Helen Bonham Carter, e Lady Pamela Wellesley Grant, descendente da família do Duque de Wellington.

A genealogia

Uma genealogia completa seria enorme e basicamente inútil; além disso, é simples encontrar artigos completos acerca do assunto com uma breve pesquisa na internet.
Melhor focar as ligações principais que chegam até os nossos dias:

Este o breve resumo das origens da família de banqueiros.
No próximo artigo vamos analisar vidas e obras dos principais Rothschild, desde o século XIX até o presente.

Ipse dixit.

Fontes: Rothschild, Corriere della Sera, Universitá Cá Foscari,

2 Replies to “A simpática dinastia Rothschild – Parte I”

  1. essa nao e a lendaria familia , meio reptio meio et , que domina o mundo desd dos tempos dos annunaki haahahahahahah, sacanagem .

    e realmente , essa familia tem poder e bastante influencia., sera que tem alguma familia desse porte aqui no brasil ?

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