Quatro cenário para o fim dos Estados Unidos – Parte II

Segunda parte do artigo dedicado aos possíveis cenários para o futuro dos Estados Unidos.

Lembramos: possíveis cenários.
A primeira parte pode ser encontrada neste link.

Boa leitura!

Declínio Económico: situação actual

Hoje existem três principais ameaças para a posição dominante dos Estados Unidos na economia global: a perda do poder económico, causa a contracção do comércio mundial, o declínio da inovação tecnológica americana e o fim do status privilegiado do Dólar como moeda reserva global.

Em 2008, os Estados Unidos tinham já caído para o terceiro lugar na exportação de mercadorias em todo o mundo, com apenas 11% contra 12% da China e 16% da União Europeia.
Não há nenhuma razão para acreditar que esta tendência possa inverter-se.

Da mesma forma, a liderança americana no campo da inovação tecnológica está em declínio.

Em 2008, os Estados Unidos ocupavam a segunda posição, atrás do Japão, na área dos pedidos de patente no mundo, com 232.000; mas a China já estava perigosamente perto, com 195 mil, graças a um forte aumento de 400% desde o ano 2000.

Uma antevisto duma nova redução: em 2009 os Estados Unidos tocaram o fundo do ranking entre as 40 nações analisadas pela Information Technology and Innovation Foundation em matéria de “mudança” na “competitividade global com base na inovação”, analises feita com base nos dados da década anterior.

Acrescentando substâncias a estas estatísticas, em Outubro, o Ministério da Defesa da China apresentou o supercomputador mais rápido do mundo, o Tianhe-1A, tão poderoso, disse um especialista americano, que “apaga o actual número um”.
Que fica nos Estados Unidos..

Sem esquecer a clara evidencia de que o sistema educacional dos Estados Unidos, a real fonte dos futuros cientistas e inovadores, está a enfraquecer-se perante os directos concorrentes.

Depois de ter sido o líder mundial ao longo de décadas em termos homens e mulheres entre 25 e 34 anos de idade com formação universitária, o País caiu para o 12 º lugar em 2010. Em 2010, o World Economic Forum classificou os Estados Unidos a um pobre 52 º lugar entre 139 nações em tema de qualidade da formação universitária em ciências e matemática. 

Quase metade de todos os alunos graduados em ciência nos Estados Unidos são cidadãos estrangeiros, a maioria dos quais voltará para os Países de origem sem ficar aqui, como acontecia antes.

Em 2025, em outras palavras, é provável que os EUA terão de enfrentar uma grave escassez de cientistas talentosos.

Essas tendências negativas encorajam cada vez mais uma dura crítica ao papel do Dólar como moeda de reserva mundial. Observa Kenneth Rogoff, ex economista chefe do Fundo Monetário Internacional:

Outros Países já não estão dispostos a comprar a ideia de que os EUA têm a melhor política económica

Em meados de 2009, com os bancos centrais do mundo na posse duns astronómicos 4.000 biliões de Dólares em Títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o Presidente russo, Dimitri Medvedev , insistiu que tinha chegado a hora de acabar com o “sistema unipolar mantido artificialmente” com base numa “moeda de reserva forte apenas no passado.”

Ao mesmo tempo, o governador do banco central chinês sugeriu que o futuro pode ser feito duma moeda de reserva mundial “desconectada dos Países individuais” (isto é, o Dólar dos EUA).

Indicações, como sugeriu o economista Michael Hudson, dum mundo futuro multipolar e uma possível tentativa “para acelerar o fracasso da ordem financeira e militares dos EUA”.
 

Declínio económico: Cenário 2020

Depois de anos de crescentes deficits alimentado por intermináveis guerras em terras distantes, em 2020, como esperado, o Dólar finalmente perde o seu estatuto especial como moeda de reserva mundial.

De repente, o custo das importações aumenta de maneira rápida.

Incapaz de pagar o crescente deficit através da venda dos Títulos do Tesouro, Washington é obrigada a cortar o enorme orçamento militar.

Sob a pressão interna e externa, Washington lentamente retira as forças das centenas de bases no estrangeiro para um perímetro continental. Agora, porém, é tarde demais.

Diante de uma super-potência que cai aos pedaços, incapaz de pagar as contas, China, Índia, Irão, Rússia e outras potências, grandes e regionais, desafiam o domínio dos EUA sobre os oceanos, no espaço e no ciberespaço.

Entretanto, com preços altos, o desemprego em constante aumento e uma queda do salário real, as divisões internas amplificam-se em violentos confrontos e debates que dividem muitas vezes acerca de temas irrelevantes.

Cavalgando uma onda de desilusão e desespero político, um patriota da extrema-direita ganha a presidência com uma retórica enfática, apelando ao respeito das autoridade e ameaçando represálias militares ou económica.

O mundo quase não presta atenção nenhuma enquanto o Século Americano acaba em silêncio.

Então? A terceira parte? Em breve, em breve.
Primeira parte.

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