Técnicas de manipulação mental – Parte III

Aguentem, está quase. Falta só uma parte.
Escolhi não publicar tudo num único artigo porque as dimensões seriam assustadoras. 
Assim, esta é a terceira parte:
Mensagens subliminares

São mensagens que actuam abaixo do limiar da consciência, por isso são perceptíveis.

A visão humana pode perceber a imagem dum filme só se esta estiver presente em pelo menos 12 fotogramas. A Coca-Cola foi a primeira a inserir sequências de fotogramas mais curtas, com conteúdo da propaganda, em alguns filmes.  
Resultado: os espectadores expostos a esse tipo de publicidade consumiam 39% a mais de Coca-Cola.

Em 1978, em vários supermercados americanos, eram difundidos através dos altifalantes e com nível sonoro aparentemente inaudível, mensagens que convidavam a não roubar. Resultado: os roubos diminuíram 36%.
 

O presidente Gianni Agnelli, numa carta aos accionistas da Fiat, falava sobre mensagens subliminares com os quais “sonorizar” e odores estranhos com os quais “aromatizar” os estabelecimentos para aumentar a produtividade e “melhorar” a relação entre empresa e trabalhadores .

Também a frequência específica tem importância. Foi descoberto que as palavras de alguns pregadores da televisão estão acoplados a uma frequência de 7 Hz. 
A frequência do “vibrado” parece ter um efeito sugestivo e alterante do nível de consciência e da capacidade crítica. Outra frequência crítica está perto dos 3,5 Hz, isto é, a frequência de ressonância do crânio humano.

Na década de 70 foi descoberto que a música pode induzir a secreção de substâncias opióides (encefalinas, beta-endorfina, etc.) que têm um significativo efeito sobre a psique, e eufórico e anestésico. Assim, a música pode induzir falta de concentração e de consciência.
Também a televisão estimula a secreção das mesmas substâncias.

 

Associação e repetição

Um iniciativa pouco aceitável como uma guerra, uma lei, uma tributação, etc. pode ser tornada menos pesada com uma denominação falsa mas semanticamente “boa”, aceitável (luta contra o terrorismo, a democratização, libertação,  segurança colectiva, a reestruturação, guerra humanitária, mísseis inteligentes, etc.) e repetida de forma persistente e continuada.

A repetição duma mensagem, duma publicidade, se se tornar repetida, se acontecer várias vezes ao dia, pode fazer absorver o conteúdo, as implicações da mensagem como se fossem factos comprovados, mesmo que seja verdade o contrário (“as armas de destruição maciça de Saddam, “as torres gémeas e Bin Laden”, etc ..)
 

Da mesma forma, ao aplicar denominações odiosas, repulsivas (anti-semita, negador do Holocausto, revisionista, anti-sionista, terrorista, etc.) podemos obter o efeito oposto, de modo a atingir, deslegitimar, criminalizar acções, pessoas, ideias.

O princípio é sempre o mesmo: os input tendem a criar esquemas inconscientes nas pessoas.
Isso explica porque as crianças são criadas e educadas desta maneira.  
Através da repetição sistemática e obsessiva das sugestões específicas, das actividades, das experiências; uma forma precisa de conceber a realidade, a nação, a história, a identidade, etc,

Crescer e repetir ou ouvir repetir dezenas de milhares de vezes estas mensagens, certamente afecta o nível emocional, de identidade e de cognição na construção do que depois será percebido como “real”, “provado”.

Pensamos na nossa sociedade, onde cada canal tem a sua série popular, apenas para fazer um exemplo, onde a polícia, a magistratura  desenvolvem uma acção eficiente, incorruptível, no interesse dos cidadãos, enquanto a realidade apresenta uma criminalidade cada vez mais fora de controle e instituições cada vez menos eficientes.  
Propaganda no seu melhor.

 

Restrições da linguagem

 
Consiste no impor , por vários meios (ensino, televisão, etc.) de não utilizar frases ou conceitos, e de usar outras em substituição, geralmente mais vagas, imprecisas.  

“Cego”, “preto”, “inválido”, “varredor de rua” ou “homem do lixo” não soam bem, muito melhor “invisual, “negro”, “diversamente hábil” ou “operador ecológico”.  

Mas para quê tudo isso?  

A inibição da utilização linguística e conceitual, a formulação de certas dúvidas (Shoah, responsáveis pelo 11 de Setembro, etc.) é adequada para implementar nos jovens um sentido de proibição, de culpa em relação ao pensar em certas coisas, portanto educa a uma auto-limitação do pensamento. 

Finalmente, um empobrecimento expressivo implica um empobrecimento conceitual!

Alterar as certezas

Quem quiser manipular uma pessoa, para induzi-la a comprar algo ou para dobrar a sua resistência a qualquer acção de persuasão, precisa de entregar muitos e novos estímulos, para que a córtex pré-frontal trabalhe e fique cansado.  

Depois tem de submerge-lo com dados, dogmas, slogans, etc. (como funciona a televisão) para que fique ainda mais exausto; e, desta forma, o córtex pré-frontal deixa as rédeas do cérebro aos circuitos do cérebro límbico, mais primitivo e emocional, portanto, mais impressionável e vulnerável.

O córtex pré-frontal é afectado por produtos químicos tóxicos que podem danifica-lo, tais como drogas, álcool, toxinas de alimentos, mas também por fortes emoções, privação do sono, stress cronico; e uma dieta rica em gordura animal pode tornar as pessoas mais vulneráveis perante manipulações externas.

Ironicamente, dar às pessoas a liberdade de levar uma vida desregulamentada, não natural, torna mais fácil cancelar a liberdade mais profundamente do que seria possível sem aquela permissão.

 

Doutrina de choque e pavor
 
A assim chamada “doutrina de choque e pavor” passou a ser aplicada numa escala global.  
Ao colocar as pessoas e populações inteiras em estado de choque, é possível produzir o seu consentimento para uma mudança, alterar leis, restringir liberdades, etc. 
O exemplo das Torres Gémeas, das leis repressivas e das guerras que ocorreram depois deste acontecimento é espectacularmente evidente.
Exploram o elemento surpresa e de terror como um enorme factor de distracção e paralisia de massa, inibidor das possíveis reacções e resistências.
O choque é muito genérico e pode ser produzido a partir de catástrofes naturais (epidemias, terramotos, pandemias, etc.), factos económicos (recessões, crises, crash da bolsa, falências, etc.) e políticos (guerras, golpes de Estado, etc.).
 
Um exemplo são os dias de “matrícula alternadas” para o mero propósito de economizar energia.  
A ordem gera nas pessoas alarme e a preocupação de não poder usar o próprio carro, de perder este importante recurso, e cria um forte desejo de aceitar fortes e injustificados aumentos do preço do combustível, apenas para mantê-la!
Outro exemplo da doutrina do “choque e pavor” podem ser apagões que afectaram o País há alguns anos atrás, e cujas soluções seriam as centrais nucleares. 
Esse caso também se enquadra no chamado modo de estratégia “problema-reacção-solução”.  
Tendo em mão a solução (as centrais nucleares), é criado o problema (o black-out) e aguarda-se a reacção (quase sempre emocional) das massas, que aceitam de bom grado qualquer proposta de solução para evitar o inconveniente.
Acaba aqui a terceira parte.
A primeira pode ser lida neste link enquanto a segunda neste outro.
A quarta e última parte aqui.
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta 
Baseado no livro: “Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa” de Marco Della Luna e Paolo Cioni, Edições Macro (ISBN-10: 8862290276; ISBN-13: 9788862290272).

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