Depois de ouvir ao longo de anos que Bin Laden é o Demónio, a causa de todos os males, é lógico que algumas mentes débeis entrem num estado em que os neurónios começam a comunicar entre eles duma forma anómala.
Dito de outra maneira: o sistema entra em crash.
O mesmo aconteceu com Gary Brooks Faulkner: ex carpinteiro de cinquenta anos, agora vingador solitário.
Após ter poupado alguns dinheiros, Gary decide que alguém tem que fechar o dossier Bin Laden.
Quem? O mesmo Gary, obviamente.
Junta uma faca, uma espada (?), uma pistola, uma Bíblia (não podia ter faltado), óculos para a visão nocturna e parte. Destino: Afeganistão.
Gary é esperto: já visitou várias vezes o País asiático, deixou crescer uma barba comprida e utiliza roupa tradicional para confundir-se com os locais. Com um disfarce assim qualquer carpinteiro americano pode passar despercebido nas ruas de Kabul. E se juntarmos os óculos nocturnos a mimetização é total.
E desta vez é a vez: a sexta viagem será a decisiva.
Já tem um objectivo: uma gruta do Nuristan onde, segundo ele, é fácil poder esconder-se. A gruta de Bin Laden, sem dúvida. Pois todos sabemos que o Mal costuma passar a vida longe da Luz.
O irmão de Gary, outro individuo com um QI fora do normal, acompanha o vingador até ao aeroporto de Denver pois Gary tem um problemazito com os rins. Como Bin Laden! Um sinal do destino?
Sábado, finalmente, Gary pisa a terra onde mora o seu inimigo mortal. Deixa Kabul e encontra um quarto no Ishpata Inn, no vale da cidade de Chitral. Uma terrinha simpática, tórrida no Verão mas gélida no Inverno.
Não sabemos o que pode ter acontecido a seguir. Talvez Gary acabasse por não gostar do clima ou talvez fosse o pequeno almoço do hotel: mas a polícia encontrou o carpinteiro vingador na aldeia de Sheikhanandeh, sozinho e assustado.
Gary nem pensava em entregar-se. Convencido, provavelmente, de ter caído numa cilada dos servos do Mal, ameaçou matar tudo e todo antes de deixar cair as armas, a Bíblia e os óculos. Mas não antes de ter declarado: “Deus está comigo e espero conseguir matar Osama”.
A família de Gary, todos génios evidentemente, afirmam agora: “Se tivesse conseguido acabar a sua missão agora seria considerado um herói”.
Ipse dixit.
Porque ele não procura Bin Laden em Langley, na Virginia?
Ou no Estado do Texas?
Era capaz de ter mais sucesso…
Cedo ou tarde vamos saber a verdade. E será um dia de grandes gargalhadas, sem dúvidas…