“O euro está em risco”. Disse a chanceler alemã Angela Merkel no Parlamento: “Nós todos sentimos que a actual crise do euro é o maior desafio que a Europa enfrenta em décadas, desde o Tratado de Roma. Esta é um desafio existencial e temos que enfrenta-lo. Quero ir directo ao ponto: o euro é a base para o crescimento e a prosperidade e do mesmo mercado comum. O euro está em risco.”

Após ter unilateralmente introduzido novas regras no mercado interno, comprometendo a credibilidade da União; após as Bolsas europeias terem aberto com as contas em vermelho (repare-se, quando as expectativas eram de um dia calmo com possível leve recuperação, fruto das decisões tomadas ontem pela UE) resultado da decisão alemã, e após o euro ter afundado ainda mais, agora Angela Merkel adverte que Euro está em perigo.

A crise do euro “é o teste mais difícil” disse a Merkel, convencida de que aos Países em violação das regras sobre o défice orçamental deve ser “retirado temporariamente o direito de voto“.

E se calhar a explicação está toda nesta última afirmação: a Alemanha quer tomar não só a iniciativa em âmbito local como também quer conduzir o jogo no palco continental.

E, por enquanto, a estratégia funciona: Áustria e Italia já seguiram as pegadas de Berlim ao introduzir as mesmas regras nos mercados nacionais, a Bélgica está a estudar uma solução parecida.

A não ser que estas novidades de última hora escondam algo de mais importante. Mas aqui entramos no campo das meras especulações, por isso melhor parar já.

Ipse dixit.

Fontes: AGI, Corriere della Sera,