Breve actualização acerca da tragédia grega e não só grega.
A Grécia alcançou o acordo com UE e FMI para uma empréstimo de 100 ou 120 bilhões.
E Atenas deverá pagar juros: nada menos que 5%.
O que nós chamas de “juros”, para Durão Barroso é “solidariedade“.
Mas as boas notícias não acabam aqui.
Perante este empréstimo, a dívida pública continuará a sua subida até alcançar um espantoso 150% do PIB (!!!).
Só depois, a partir de 2013, as previsões afirmam que começará a descer.
Como, perguntamos nós, se nunca se fala de reembolso mas sempre de refinanciamento?
Mistérios da economia…
Mas ficamos à espera de mais pormenores neste sentido.
Para já eis as medidas que segundo a Ansa Atenas se empenha a introduzir:
- corte da despesa pública no valor de 30 bilhões entre 2012
- ordenados e pensões dos dependentes públicos congelados ao longo dos próximos 3 anos
- 13ª e 14ª mensalidades abolidas para ordenados superiores aos 3.000 € brutos e reduzidas para os outros
- 13ª e 14ª mensalidades abolidas para reformas superiores aos 2.500 € brutos e reduzidas para as outras
- corte de 8% nas retribuições dos dependentes públicos
- revisão do sistema de reforma por invalidez
- a partir de 2011 mesma idade para a reforma de homens e mulheres
- no sector privado despedimentos facilitados, indemnizações reduzidas e menos horas de trabalho extraordinário
- subida do Iva de 2 pontos percentuais até 23%
- sobem 10% as taxas de carburantes, álcool e cigarros
- sobem os impostos para bens de luxo e lotarias
E tudo isso, lembramos, não para acabar mas para refinanciar a dívida pública de 300 bilhões de Euros.
Na Grécia já começaram os festejos:
Perante este cenário de satisfação geral, chega a cereja no topo do bolo: segundo o Fundo Monetário Internacional a crise da Grécia durará ainda 10 anos. Por isso quer ficar em Atenas para controlar as finanças até que a situação esteja resolvida. Isso é: 10 anos…
Fontes: Ansa, Der Spiegel
Fotografias: Ansa
E isto tem solução?
Não tem.
Sabemos que se nós estamos assim. Como estarão os EUA e o Reino Unido piores que nós, eles querem rebentar com as nações mais antigas.
Sem empréstimo perdemos a Grécia e provavelmente o Euro.
Com o empréstimo todos pagamos a factura.
Em qualquer caso não ganhamos muito…