ABC da Economia: o que é a Taxa de Juro?

Começa hoje uma série de artigos que têm como objectivo explicar de forma simples o significado dos termos que mais frequentemente podemos encontrar no mundo da economia e da finança.

Ao ler as definições que iremos apresentar, um economista poderia levantar múltiplas objecções; mas o fim não é um tratado de economia, mais simplesmente é fazer com que também leigos possam entender o sentido de palavras que às vezes ouvimos e que nos deixam na dúvida.

Alguns termos são de uso comum e é normal encontra-los nos media ou no dia a dia; outros são mais utilizados para quem trabalha na área da economia ou da finança mas saber o que significam é sempre uma mais valia.

Hoje começamos com uma expressão que todos têm que conhecer. Se não a conhecem têm que ficar preocupados, pois o vosso banco sabe do que estamos a falar, sobretudo quando chega a hora de fazer as contas acerca do vosso depósito…

A Taxa de Juro

Quanto custa o dinheiro?
Pois é, pode parecer um paradoxo mas também o dinheiro custa.

Não estão convencidos? Então pensem: entram num banco, pedem um empréstimo, o banco concorda e deposita o dinheiro na vossa conta. Que ganha o banco com isso? Se não ganhasse nada simplesmente fecharia. Mas o banco ganha aquela que definimos como taxa de juro que é, de facto, o que você paga para obter o dinheiro emprestado.

Por exemplo: o sr. Elpídio Raposa deseja comprar um carro novo que custa 12.000 € (um utilitário, pelos vistos). Como não tem dinheiro, pede ao seu banco 12.000 € e se empenha a devolver o total no prazo de 1 ano: isso significa depositar no banco 1.000 € a cada 30 dias.
O banco responde que sim, não há problema mas, em contrapartida, o sr. Raposa terá que pagar uma pequena taxa de 10% (que tão baixa não é!).

Isso significa que o sr. Raposa terá que pagar:

12.000 + 1.200 € (o 10% de 12.000) = 13.200 €

O banco acha bem que o sr. Raposa pague a taxa de juro não no final do ano mas de forma diluída ao longo do empréstimo: então soma-se o valor do empréstimo mais o total da taxa de juro e divide-se o resultado pela duração do empréstimo (neste caso 12 meses).

13.200 (empréstimo mais taxa de juro) : 12 meses = 1.100

Este é o valor que a cada mês o sr. Raposa depositará.

Só isso? Não, na verdade este é uma simplificação extrema.

Até aqui falámos da Taxa de Juro Nominal ou TAE (Taxa Anual Efectiva): esta deve aparecer em cada contrato de crédito e exprime a taxa de juro num período de um ano.

Mas na realidade há outros custos e no exemplo do sr. Elpídio Raposa não falámos dos custos da operação (ah, pois é, o banco não quer só a taxa de juro), dos impostos (e o Estado?), de eventuais seguros.

Mas aqui entramos no âmbito do TAEG, que será apresentado num próximo ABC da Economia.

Ipse dixit

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